Em uma tentativa de dinamizar o setor automotivo, o governo federal autorizou, nesta terça-feira (12 de agosto), que 15 fabricantes importem veículos eletrificados desmontados — nos regimes SKD (semi knock down) e CKD (completely knock down) — com alíquota zero de imposto. A iniciativa vale pelo prazo de seis meses, com cotas totais de US$ 463 milhões, aproximadamente R$ 2,6 bilhões.
A lista de beneficiadas inclui marcas tradicionais e emergentes: Audi, BMW, Toyota, Renault, Honda, Hyundai, Mercedes-Benz, Porsche, Volvo, Jaguar Land Rover, e as chinesas BYD, GWM, GAC, Omoda Jaecoo e Caoa.
A medida deriva da Portaria Secex nº 420, publicada em 31 de julho, e regulamenta cotas definidas pela Resolução Gecex/Camex nº 774/2025.
Antecipação do imposto e reações do setor
Simultaneamente, o governo antecipou a recomposição da alíquota de importação dos kits desmontados para 35%, que agora passa a vigorar em janeiro de 2027 — um ano e meio antes da data prevista originalmente (julho de 2028).
A reação foi mista: enquanto autoridades afirmam que a isenção temporária pode impulsionar a montagem parcial de veículos no Brasil, críticos alegam que o modelo SKD/CKD gera menos empregos e não fortalece a cadeia nacional de fornecedores. Executivos de montadoras associadas à Anfavea, como Volkswagen, Toyota, Stellantis e General Motors, expressaram preocupação com o possível impacto na indústria brasileira.
A Anfavea chegou a classificar o período de seis meses como o “máximo aceitável”, ressaltando a importância de condições de concorrência justas.
Por outro lado, a BYD respondeu dizendo que concorrentes tradicionais estariam “obsoletos” e vendo a empresa chinesa como uma ameaça com sua competitividade e oferta mais acessível.
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