A GWM (Great Wall Motors) trouxe seu caminhão movido a hidrogênio para o Brasil nesta terça-feira (12). O veículo desembarcou no Porto de Santos (SP) e será apresentado oficialmente na próxima sexta-feira (15), na cerimônia de inauguração da fábrica em Iracemápolis, no interior do estado.
A GWM Hydrogen powered by FTXT trouxe o caminhão para passar por inspeções e validações antes de iniciar seus testes de rodagem. Para esta etapa, a montadora conta com uma equipe de engenharia de produto, além de especialistas vindos da China.
A FTXT, subsidiária da GWM na China, é a responsável pelo desenvolvimento de tecnologias de célula a combustível e componentes para que utilizam o hidrogênio. No entendimento da empresa, o caminhão marca o início de uma etapa nos esforços da marca para avançar em soluções de transporte pesado com emissão zero.
"A chegada deste caminhão é o início da construção de um ecossistema de hidrogênio no Brasil, com parcerias estratégicas e soluções adaptadas à nossa realidade", afirma Davi Lopes, Head da GWM Hydrogen-FTXT Brasil.
Sobre o caminhão
O veículo conta com uma bateria de 105 kWh e um conjunto de cilindros com capacidade para 40 kg de hidrogênio, que alimentam as células a combustível para gerar eletricidade. O sistema também permite recuperação de energia em desacelerações e frenagens, como em descidas de serra.
"Veículos com célula a combustível são, na essência, elétricos. Eles trabalham em conjunto com a bateria para garantir mais desempenho, segurança e autonomia", explica o executivo da GWM Hydrogen-FTXT Brasil.
"Por isso, antes de entrar em operação, passam por validações específicas da bateria e, na sequência, pelos testes da célula a combustível — que utiliza hidrogênio como vetor energético. A reação com o oxigênio gera eletricidade e, como subproduto, apenas água (H2O)", acrescenta Lopes.
Testes
Os primeiros testes com o sistema de hidrogênio estão programados para setembro, em parceria com universidades brasileiras, incluindo a Universidade de São Paulo (USP). Inicialmente, eles terão caráter essencialmente de pesquisa e desenvolvimento, com foco na transferência de conhecimento para as equipes brasileiras e na colaboração com centros de pesquisa e universidades.
Antes de iniciar a rodagem em vias públicas, o veículo passará por avaliações de suspensão, desempenho e segurança em pistas de prova no interior de São Paulo. Em um primeiro momento, a operação será feita sem carga, evoluindo gradualmente para condições reais de transporte.
O objetivo é coletar dados sobre hábitos de condução no Brasil e entender como temperatura, altitude, tipo de pavimento, condições de rodagem influenciam a eficiência do sistema. Atualmente, mais de 30 mil unidades semelhantes já circulam na China, mas este é o primeiro modelo a operar em território brasileiro.
Após essa primeira fase, o caminhão será testado em infraestruturas de abastecimento com diferentes fontes de hidrogênio: seja eletrolítico (ou hidrogênio verde) ou hidrogênio da reforma do etanol. Em um terceiro momento, a GWM fará uma avaliação econômico-financeira para estimar a viabilidade comercial da tecnologia no país.
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