O Fiat Fastback não é mais nenhuma novidade no mercado brasileiro. Sua estreia global aconteceu em 2022 e, desde então, é figurinha carimbada pelas ruas do Brasil, apesar de não liderar o segmento. Na linha 2026, o modelo estreia um novo visual para ganhar um respiro enquanto a nova geração está em desenvolvimento na Europa.
Na linha 2026, o SUV-cupê passou a ostentar a nova identidade de design da Fiat, que aposta em elementos verticais no para-choque e na grade. As mudanças são pequenas , mas adiantam o que será visto no futuro com o compacto derivado do Grande Panda europeu.
Além da nova grade, as versões Impetus, Limited e Abarth passam a contar com os acabamentos plásticos dos arcos de roda pintados na cor da carroceria e com novas rodas.
Além do visual, a principal novidade do Fastback está disponível nas versões Impetus T200 e Limited T270: o pacote com teto panorâmico. Tanto o Fastback quanto o Pulse passaram a oferecer esse item como opcional, pelo valor de R$ 5.990. Além do teto de vidro, quem pagar o valor extra levará espelhos e iluminação nos para-sóis, faróis de neblina em LED e regulagem elétrica para o banco do motorista.
O modelo cedido pela Fiat era da versão Impetus T200 e contava ainda com os opcionais de bancos de couro, pacote Connect Me e sensor de ponto cego, que adiciona, obviamente, o aviso nos retrovisores e a plataforma de serviços conectados, permitindo que o condutor tenha acesso a diversas funcionalidades diretamente pelo smartphone.
Com esses opcionais e também a cor Branco Banchisa, o Fiat Fastback Impetus T200 Hybrid custa R$ 179.300. Por esse valor, é possível comprar uma unidade Abarth, já com o motor 1.3 turbo, mas sem a motorização híbrida.
Pacote de série razoável
Entre os itens de série da versão Impetus estão a central multimídia de 10,1” com conexão sem fio para smartphone, painel de instrumentos digital de 7 polegadas, freio de estacionamento eletrônico, sensores de estacionamento dianteiros, câmera de ré, ar-condicionado digital, faróis em LED, partida por botão, retrovisor com tilt down e carregador de celular sem fio, entre outros.
A segurança fica a cargo da frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa, farol alto automático, piloto automático simples (controle de cruzeiro), quatro airbags e sensores de chuva e luminosidade.
Motorização
Debaixo do capô do Fastback Impetus está o já conhecido propulsor híbrido-leve de 12V. O sistema adiciona uma bateria íon-lítio abaixo do banco do motorista e substitui motor de partida e alternador por um motor-gerador de 4 cv de potência, que auxilia o motor a combustão em algumas situações.
Apesar desses 4cv, a Stellantis mantém a potência divulgada como 130/125 cv no etanol/gasolina e 20,4 kgfm de torque independente do combustível. Essa medida é corretíssima, uma vez que o motor elétrico não oferece mudanças práticas na condução.
Assim como aconteceu no primeiro contato com o Fastback, dirigir o modelo é exatamente o mesmo que dirigir um carro a combustão sem o conjunto. Somente motoristas mais sensíveis poderão ouvir o ruído característico do motor elétrico em ação em situações de baixa rotação (até 2 mil giros). Acima disso, não espere auxílio.
Também não espere números de consumo mirabolantes e fora de série. O sistema é híbrido-leve, e consumo na casa dos 15 km/l na cidade, por exemplo, só poderiam ser alcançados em um sistema híbrido convencional (HEV) ou plug-in (PHEV).
Na prática, o consumo de combustível é o mesmo dos modelos a combustão. Em 443 km percorridos na semana de testes, a média geral foi de 12 km/l de gasolina. Na estrada, foi possível conseguir médias de 15,2 km/l, sempre com o ar-condicionado ligado.
Como é viver com o Fastback Impetus Hybrid?
Se o leitor já teve algum contato com a família Pulse ou Fastback, não sentirá nenhuma diferença, até porque elas não existem. Na linha 2026, o Fastback passou a contar com teto solar como grande novidade, o que não muda muita coisa no uso geral.
No uso urbano, o Fastback consegue superar tranquilamente valetas e buracos, porém, a suspensão traseira de eixo de torção pode quicar um pouco, especialmente em saídas de lombadas e rodando sem peso nenhum sobre o eixo.
Essa característica pode ser explicada também pelo balanço traseiro maior do que o do Pulse, por exemplo. Não é nada extremamente grave a ponto de tornar o Fastback uma compra ruim, mas é o suficiente para incomodar quando percebido.
No mais, o Fastback consegue justificar bem os números de vendas. É um modelo bem equipado, oferecendo boa multimídia, painel de instrumentos digital completo, carregador de celular sem fio, ar-condicionado digital, além do porta-malas vantajoso.
O grande trunfo do Fastback em relação ao Pulse - e aos demais SUVs do segmento - é justamente a capacidade enorme do porta-malas. A Fiat informa 600 litros de capacidade (medida com água), ou 516 litros na medição VDA (em blocos). Para comparação, o Pulse oferece 320 litros VDA, enquanto o Cronos conta com 525 litros.
Pacote Adas em falta
Talvez o ponto negativo para o Fastback seja a ausência de um sistema ADAS mais robusto. Nessa versão, o modelo oferece apenas frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa, comutação automática de farol alto e piloto automático.
Considerando os quase 180 mil da unidade avaliada, modelos como o Chevrolet Tracker Premier oferecem equipamentos similares, mas com alerta de ponto cego de série e assistente de estacionamento. O T-Cross oferece controle oferece controle adaptativo de velocidade e distância desde a versão 200 TSI (R$ 155 mil).
A expectativa é que na próxima geração, o Fastback ofereça mais equipamentos de segurança ativa, o que o tornaria mais competitivo no segmento.
Conclusão
O Fastback é um carro extremamente honesto, porém, tem na ausência de assistentes e no “sistema híbrido” suas principais ‘falhas’. O modelo poderia entregar mais, visto que seus rivais de segmento entregam (às vezes cobrando menos). Quem não conta com isso, terá no Fastback um modelo confortável e com bastante espaço no porta-malas, ideal para quem viaja.
O teto solar fixo, principal novidade da linha 2026, é um item até interessante para o Fastback, mas acaba elevando em 5 mil reais o preço da versão Impetus.
Em relação ao motor híbrido, a decepção fica por conta do uso quase imperceptível de energia elétrica na condução e impacto praticamente nulo no consumo de combustível. Apesar disso, em alguns estados será possível conseguir isenção ou redução no valor pago no IPVA justamente pela classificação de híbrido.
Considerando o preço, é possível que o Nivus Highline seja uma escolha melhor acertada, e que o Fastback que entregue o melhor custo-benefício esteja nas versões Turbo 200 (R$ 119.990) e Audace Hybrid (R$ 160.990), porém, esta última não permite instalação do teto de vidro. Quem quiser melhores condições, vale a pena procurar pro promoções, que podem reduzir o valor da versão Audace Hybrid para R$ 127.990.
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