A reestilização do Onix foi um dos eventos mais importantes do ano de 2025 da Chevrolet, ano em que a General Motors completa seu centenário no Brasil. Junto do SUV Tracker, o hatchback ganhou novo visual, mais equipamentos, e apresentou uma mudança importante na famosa correia banhada a óleo. Confira a nossa avaliação abaixo:
Em termos visuais, o Onix 2026 ganhou um para-choque dianteiro completamente redesenhado e novas rodas como mudanças estéticas A partir da versão LTZ, os faróis contam com iluminação full-LED . A traseira se manteve inalterada, portanto, não será tão simples identificar um dos novos modelos no trânsito.
Como é tradicional dos modelos da versão RS, o Onix passa a ganhar detalhes no para-choque exclusivos e pintados em preto. Rodas, capa de retrovisor, friso abaixo dos vidros e o teto, também passam a contar na cor preta. Na traseira, a versão RS adiciona aerofólio e detalhes no para-choque que imitam um difusor de ar.
A cabine também ganhou mudanças significativas. Em todas as versões, o Onix traz novas saídas de ar-condicionado, multimídia “integrada” ao painel e novo desenho no tabelier. A partir da versão LT Turbo, o hatchback passa a contar com painel de instrumentos digital de 8 polegadas e multimídia de 11”.
O pacote de equipamentos disponíveis para a cabine também muda conforme a versão escolhida. Na versão RS, que é a mais cara, os ocupantes têm ar-condicionado digital automático e carregador sem fio, bem como detalhes em vermelho nas saídas de ar e na costura dos bancos.
Motorização
É justamente debaixo do capô onde está o principal ponto de polêmica do Chevrolet Onix: a correia banhada a óleo.
Se no início do ano, os modelos da Chevrolet ganharam potência, agora eles estão ainda mais fracos do que anteriormente. Agora, a potência do motor 1.0 turbo caiu para 115,5 cv tanto no etanol quanto na gasolina. O torque, porém, se manteve em 16,8 kgfm com gasolina e 16,3 kgfm com etanol.
Em relação à correia dentada banhada a óleo, a Chevrolet mudou a composição do componente e adicionou um reforço interno com fibra de vidro, o que segundo a marca irá reduzir o risco de rompimento, mesmo com manutenção errada.
A garantia foi mantida para 10 anos ou 240 mil km, desde que a manutenção seja realizada conforme o recomendado pela marca e usando somente óleo 0W-20 com certificação Dexos-1.
Em termos práticos, não falta potência para o Onix RS. A condução é bem suave e o torque está disponível já em baixas rotações. Comparado com outros motores, o Onix é mais fraco, mas não é uma queda de desempenho brusca a ponto de incomodar. A aceleração de zero aos 100 km/h acontece em apenas 9,9 segundos, 9 décimos mais rápido que o Peugeot 208, por exemplo.
Claro que seria mais divertido (e caro) se a versão esportiva contasse com o motor 1.2 turbo de 141 cv e 22,9 kgfm de torque do Tracker, entretanto, o Onix não fica devendo em nada.
Vale ressaltar o consumo de combustível. Segundo a Chevrolet, é possível alcançar médias de 17,7 km/l na estrada por conta das alterações realizadas no motor. Ao longo de 484 km de uso em ciclo misto, sempre com gasolina no tanque, a média de consumo foi de 12,9 km/l, com direito a um trecho de 15,4 km/l.
Onix RS 2026 no dia a dia
Confesso que me surpreendi com o Onix RS na semana de testes. A suspensão é extremamente bem acertada e consegue ser rígida em boa parte do tempo, porém, ao cair em algum buraco, o impacto é transmitido para a cabine de forma bem suave.
Motor e câmbio conversam muito bem, e embora a redução de potência tenha sido de até 6 cv, o Onix não nega performance quando exigido. Uma leve crítica pode ser feita ao câmbio automático de seis marchas, que funciona muito bem, mas poderia ter opção de trocas manuais atrás do volante.
Caso o motorista opte por trocas manuais, precisa posicionar o câmbio em L e alterar a marcha por dois botões (+ e -) na alavanca. Esse sistema funciona bem, mas é pouco intuitivo.
O interior do Onix é bem confortável, porém, a unidade testada contava com o acessório de iluminação em LED. A ideia é até interessante, mas a execução parece mais uma gambiarra inventada de última hora e não dá a qualidade esperada de um item oferecido pela própria fabricante.
O acessório, posicionado sem muito cuidado, está presente ao redor das saídas de ar-condicionado laterais e percorre todo o tabelier. A escolha da cor fica por conta de um botão posicionado atrás do volante no lado esquerdo.
O apoio de braço localizado entre os bancos poderia ter recebido mais cuidado da Chevrolet. A peça poderia ser maior, ou então contar com algum tipo de mobilidade, mas a principal crítica fica no fato de não ter nenhum tipo de revestimento, o que causa certo incômodo.
Debaixo do banco do passageiro está localizado um subwoofer, que melhora e muito a qualidade sonora do Onix RS. Porém, é possível que passageiros mais altos percam espaço para os pés, mas vale destacar a ideia criativa da marca.
Outro ponto positivo é o tamanho generoso dos retrovisores externos do Onix. A peça é exatamente a mesma utilizada no Tracker e conta com ajustes elétricos, o que facilitam e muito o uso do hatchback.
Conclusão
O Onix RS é uma excelente opção no disputado segmento de hatchbacks com motor turbo. O novo visual, painel de instrumentos digital e a nova multimídia dão um novo respiro ao modelo. Apesar disso, fica a impressão de que a GM poderia sim dar um pouco mais de atenção e equipamentos ao modelo, mas os esforços devem estar sendo destinados ao novo SUV compacto que já roda em testes.
Em termos de espaço, o Onix não está muito longe de seus rivais. Com 303 litros de espaço, ele é o líder da categoria, mas seu 2,55 m de entre-eixos é praticamente o mesmo de Polo (2,56 m), 208 (2,53) e HB20 (2,53 m).
Por R$ 130.190 na versão topo de linha (+ R$ 1.700 da cor Vermelho Scarlet), ele é mais barato que os rivais citados acima na versão topo de linha e se mostra muito bem acertado. Para quem não faz questão do visual esportivo, a recomendação é a versão Premier, que custa R$ 129.190 e traz assistente de estacionamento automático como diferencial.
Entretanto, as versões LT Turbo (R$ 118.290) e LTZ Turbo (R$ 123.490) despontam como os melhores custo-benefício do modelo. A primeira traz o mesmo motor e câmbio do RS, painel digital e multimídia de 11” com câmera de ré, enquanto a segunda adiciona os faróis em LED.
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