O Ford Mustang GTD, a versão mais exclusiva e radical já produzida para as ruas, é um privilégio restrito a poucos compradores. Mesmo após enfrentar o rigoroso processo de seleção e alocação da Ford, os proprietários do modelo ainda recebem uma recomendação curiosa da marca logo após a entrega: evitar rodar com o carro por cerca de 30 dias.
A orientação não tem relação com falhas mecânicas ou qualquer tipo de recall. O motivo está diretamente ligado à pintura do veículo. Segundo a Ford, esse período é necessário para que a tinta cure completamente e para que os gases liberados durante o processo de pintura se dissipem de forma adequada.
É comum em carros esportivos ou de luxo, que seja colocada uma película de proteção para prevenir arranhões a pintura, chamada de PPF. No caso do Mustang GTD, a maioria dos proprietários deve seguir esse caminho para preservar o acabamento, entretanto, a aplicação imediata desse tipo de proteção não é recomendada.
A Ford explica que o GTD utiliza uma grande quantidade de fibra de carbono na carroceria, o que impede o uso do processo tradicional de cura da pintura empregado em veículos feitos de aço ou alumínio. Esse método convencional, realizado em fornos industriais, não é compatível com as propriedades da fibra de carbono utilizada no modelo.
Pintar componentes de fibra de carbono exige cuidados adicionais, sendo além da preparação mais criteriosa da superfície, a escolha da técnica correta é essencial. Um dos pontos mais importantes é a chamada desgaseificação, etapa essencial para evitar a formação de bolhas ou poros na pintura causados pelo ar retido no material composto.
Como o Mustang GTD é uma edição especial limitada, desenvolvida em parceria com a Multimatic, ele segue um processo de produção mais artesanal, diferente da linha de montagem tradicional da marca. Essa abordagem torna ainda mais relevante o período de espera para a estabilização completa da pintura. A aplicação do PPF antes da cura total pode resultar em bolhas, imperfeições e até danos permanentes ao acabamento.
De acordo com profissionais especializados, é possível avaliar se a pintura está pronta para receber o PPF, mas, em casos como o do GTD, a recomendação é seguir rigorosamente as instruções do fabricante. Quando não há diretrizes específicas, o prazo geralmente indicado pelo mercado varia entre 30 e 90 dias, dependendo do tipo de tinta, das condições ambientais e do método de cura.
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