A situação global da Nissan não é nada simples. No último ano fiscal, a empresa de Yokohama reportou prejuízo de 4,5 bilhões de dólares e precisa que seu plano de recuperação dê certo para voltar a ser uma empresa em dia com as finanças. O novo CEO da empresa, Ivan Espinosa, declarou à imprensa americana onde a Nissan errou no passado.
Na fabricante desde 2003, quando integrou a filial mexicana como responsável pelos veículos comerciais da Nissan, Espinosa é o terceiro presidente da marca desde 2018, quando Carlos Ghosn, responsável pela recuperação da empresa na virada do milênio, foi preso.
No plano de reestruturação da empresa, além de novos lançamentos, e tempo reduzido no desenvolvimento dessas novidades, está o corte de custos, fechamento de fábricas e demissão de funcionários. Apesar disso, o executivo mexicano acredita em seu plano.
Em entrevista ao site MotorTrend, Espinosa explicou que Nissan errou nos últimos anos com aspirações irreais de vendas, e voltou a explicar como pretende recuperar a tradicional fabricante.
“Isso [a crise financeira] não é algo que aconteceu nos últimos anos. É mais um problema fundamental que provavelmente começou em 2015, quando os gestores acreditaram que a companhia conseguiria alcançar [volume de vendas global] na casa de 8 milhões. Investiram forte em recursos humanos e potencial produtivo, mas a realidade é que estamos com metade desse volume, e nada foi feito para consertar até agora”, explicou o executivo.
Apesar da crise, CEO é otimista
“Havia muito débito e nada de dinheiro em caixa. Hoje [por conta de dívidas negociadas], tenho cerca de 15 bilhões em caixa e linhas de crédito. Portanto, temos tempos e uma posição financeira boa, mas precisamos agir rapidamente.”
Parcerias serão fundamentais
Espinosa entende que a Nissan precisa de mais parceiros, mas acredita que é necessário tomar muito cuidado com as empresas e contratos assinados. É bem provável que por conta dessa abordagem, a fusão com a Honda não tenha sido aprovada.
“O que estamos tentando fazer é não virar refém de nenhum parceiro. Precisamos nos colocar em uma boa forma para conseguir negociar com potenciais parceiros. Procuramos empresas que possam somar valores corporativos e apoiar a Nissan no longo prazo. O futuro do automóvel é o carro inteligente, e a Nissan tem muito conhecimento em tecnologias autônomas. Temos muito a oferecer em valor e engenharia, é isso que queremos discutir com potenciais parceiros”, encerrou Espinosa.
Atualmente a Nissan é parceira da Renault (por conta de propriedade cruzada), mas na China possui relações com a Dongfeng. Há rumores de uma potencial colaboração com a taiwanesa Foxconn, conhecida por fabricar iPhones, mas busca ganhar mais relevância no mundo automotivo.
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