A apresentação da nova geração do Jeep Compass na Europa deixou muitos brasileiros empolgados com o que a marca prepara para um de seus modelos mais vendidos. Porém, segundo informações exclusivas obtidas pelos colegas do Automais, a nova geração do Compass brasileiro será muito diferente do apresentado na Europa.
Segundo o site, o Compass passará a ser um veículo com diversas variantes ao redor do planeta, com cada mercado, ou região, recebendo um Compass com características próprias, pensadas e desenvolvidas especificamente conforme as necessidades locais.
O site afirma que a nova geração do Compass sul-americano será uma evolução do modelo atual e manterá a plataforma Small-Wide, e contará com visual bem diferente da variante europeia.
Europeu usa nova plataforma
O novo Compass é construído a partir da plataforma STLA Medium, a versão moderna da EMP 2, criada inicialmente por Peugeot e Citroën. A nova estrutura é moderna e permite eletrificação em todos os níveis (MHEV, PHEV e totalmente elétrica), além de suportar a instalação de sistemas de segurança avançados.
Além disso, o Compass europeu está maior, mais largo e mais espaçoso que o modelo atual.
Modelo brasileiro usa base de Punto
Na contramão dessa modernidade está o Compass produzido no Brasil. Por aqui - e em outros mercados onde é vendido -, o SUV é produzido a partir da plataforma SCCS, que foi utilizada pela primeira vez em 2005, no Fiat Grande Punto na Europa.
A variação usada pelo Compass é a Small Wide, uma adaptação da SCCS para veículos maiores e mais largos, além de ter sido modernizada ao longo dos anos. Atualmente, a plataforma do Compass brasileiro permite carros 4x4, híbridos leves e híbridos plug-in, ainda que com baixo alcance elétrico, como é o caso do Compass 4xe.
Além do Compass, Commander, Renegade, Ram Rampage, Fiat Toro e os recém-lançados Alfa Romeo Tonale e Dodge Hornet ainda usam essa mesma base.
Não produzir a STLA Medium na América do Sul pode parecer como um voto de confiança da Stellantis na engenharia local para a adaptação de uma base já bem consolidada, mas também pode ser visto como uma alternativa de corte de custos.
Novo modelo brasileiro pode ser impactado negativamente
O problema é que o segmento de SUVs está cada vez mais competitivo, com rivais trazendo mais tecnologias de eletrificação, segurança e assistentes de condução. O Compass 4xe, por exemplo, custa a partir de R$ 347,3 mil e oferece 240 cv de potência combinada e apenas 30 km de autonomia elétrica.
Por R$ 325 mil, o cliente pode levar para casa um GWM Haval H6 GT que oferece 393 cv de potência combinada e até 117 km de alcance elétrico, segundo o Inmetro.
No Peugeot 3008, que é produzido a partir da base STLA Medium, a versão híbrida plug-in traz potência máxima de 195 cv, e permite rodar até 85 km em modo totalmente elétrico.
Como a engenharia sul-americana da Stellantis conseguiria fazer um veículo atrativo? Além disso, será necessário aprimorar a base atual pensando nos próximos anos e também na modularidade de aplicações, uma vez que também deverá ser utilizada por Toro e Rampage.
Fábrica receberá investimentos
No ano passado, a Stellantis anunciou o investimento de R$ 13 bilhões no complexo industrial de Goiana (PE), onde os modelos da Small Wide são produzidos. O valor será aportado entre 2025 e 2030, e os novos carros e tecnologias produzidas por lá ainda não foram oficializados.
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Fonte: Automais