Em um mundo onde os SUVs estão dominando, quem ainda opta por um sedã pode se considerar parte da resistência. E não é diferente com o Virtus Exclusive. No segmento de sedãs compactos, os concorrentes são poucos quando comparados aos utilitários esportivos, mas o modelo da Volkswagen tenta se destacar.
No visual, o Virtus segue a identidade tradicional da marca: linhas sóbrias, desenho limpo e proporções equilibradas. O espaço interno é um dos seus pontos fortes, oferecendo conforto para todos os ocupantes. Mas é no porta-malas que ele realmente brilha: são 521 litros, um dos maiores da categoria, garantindo excelente capacidade para viagens e uso diário.
Na parte externa, ele conta com faróis full LED com regulagem de altura, um conjunto de rodas diamantadas aro 18 que combina muito bem com o carro, e um pequeno spoiler integrado à tampa do porta-malas — o famoso “ducktail” — que adiciona um toque de esportividade ao conjunto.
Dentro da cabine, o Virtus utiliza majoritariamente plásticos rígidos, como já é comum nos modelos da Volks. No entanto, a versão Exclusive tenta elevar o padrão com superfícies que imitam alcântara no painel central e nas portas, trazendo uma sensação de requinte superior ao esperado para o segmento. Os bancos misturam couro com esse mesmo material, e o assento do motorista não tem ajuste elétrico, uma bola fora da montadora em uma versão topo de linha, mas o banco garante boa ergonomia e conforto até em viagens longas.
A central multimídia tem 10,1 polegadas, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O ar-condicionado digital merece elogios por se manter fora da central multimídia — algo cada vez mais raro hoje em dia. O painel de instrumentos é totalmente digital, com boa resolução e leitura fácil. Um ponto fraco do interior é a presença do freio de mão manual, quando já se esperaria um freio eletrônico na versão topo de linha.
Em equipamentos e segurança, o Virtus mantém o padrão da marca: nota máxima no Latin NCAP, com 6 airbags, controles eletrônicos completos e pacote ADAS generoso. O controle de cruzeiro adaptativo funciona muito bem, inclusive na cidade, com frenagem semi-autônoma competente. A única limitação é que o sistema se desativa abaixo dos 30 km/h, o que pode incomodar no trânsito pesado.
Partindo para desempenho e consumo, o conhecido motor 1.4 TSI continua sendo um dos grandes atrativos do carro. São 150 cv e 25,5 kgfm de torque — o mesmo motor usado no Taos, no T-Cross e no Nivus GTS. No Virtus, isso se traduz em respostas rápidas e retomadas vigorosas. O 0 a 100 km/h fica na casa dos 8,5 segundos, praticamente empatando com a versão esportiva do Nivus.
Por outro lado, o consumo urbano deixa a desejar: durante os testes, as médias ficaram entre 6,7 e 8,1 km/l na cidade. Já na estrada, o cenário muda totalmente, com resultados de até 14,5 km/l em trechos constantes. O câmbio automático de seis marchas segue sendo um excelente parceiro, realizando trocas rápidas e mantendo o motor sempre na faixa ideal de torque.
A suspensão é mais firme, no padrão Volkswagen, com McPherson na dianteira e eixo de torção atrás. Mesmo assim, o conjunto consegue entregar conforto no uso diário e estabilidade exemplar em curvas, transmitindo muita confiança ao motorista sem comprometer a dinâmica.
No geral, o Virtus Exclusive é um carro fácil e prazeroso de dirigir, muito completo em tecnologia e bem resolvido para quem procura um sedã compacto mais sofisticado.
Mas tudo isso cobra seu preço: R$ 168.490. É um valor que já invade o território dos sedãs médios, como o BYD King. Frente aos rivais diretos — como Onix Plus, HB20S e até o Honda City — o Virtus entrega mais desempenho e refinamento, mas também custa consideravelmente mais. Para alguns compradores, o City ainda pode fazer mais sentido pelo pacote geral.
Por fim, outro ponto mencionado por donos do Virtus Exclusive é o custo de manutenção, que tende a ser mais alto que o de seus concorrentes diretos.
No fim das contas, o Virtus Exclusive entrega exatamente o que se espera de um topo de linha da Volkswagen: desempenho forte, conforto de sobra e aquela sensação de solidez que a marca sempre entregou nos sedãs compactos. Ele tem seus pontos a melhorar, claro, mas segue como uma das opções mais apimentadas da categoria. Para quem busca um carro espaçoso, eficiente e com um toque de refinamento e esportividade, ele ainda faz muito sentido.
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