Apostando em luxo, requinte e preços bem mais acessíveis que alguns de seus rivais, a GWM lança o SUV Haval H9 no mercado brasileiro. O modelo chega com preço promocional de R$ 309 mil, que subirá para R$ 319 mil após o dia 20 de setembro, e visa brigar por espaço com Jeep Commander, Toyota SW4 e Mitsubishi Pajero Sport.
O segundo representante da linha Haval no país aposta em visual quadrado, clássico de SUVs como o Land Rover Defender, para buscar clientes que precisam de um SUV espaçoso, multiuso, tecnológico e também com capacidade off-road.
O modelo chega com motor 2.4 turbodiesel de 184 cv de potência e 480 Nm (48,9 kgfm) e entrega 100% do torque já em 1.500 giros. Esse propulsor é acoplado ao câmbio automático de 9 marchas e fabricado pela própria GWM. Esse conjunto é exatamente o mesmo usado na Poer P30, e também traz tração 4x2, 4x4 alta e 4x4 reduzida com diferencial dianteiro e traseiro, que podem ser bloqueados ao pressionar um botão.
O foco em off-road do modelo está presente também na própria construção do Haval H9, que além da estrutura de cabine sobre chassi, traz ainda proteção de motor, transmissão e tanque de combustível, com espessuras variando entre 1,2mm e 3 mm.
A suspensão dianteira é do tipo duplo A e a traseira conta com eixo rígido e sistema 5 braços. O curso de suspensão é de 221 mm na dianteira e 235 mm na traseira, o que ajuda nos ângulos de 31º de ataque, 22,5º de rampa e 25º de saída. Vale destacar os 22,4 cm de altura mínima do solo e a capacidade de profundidade de 800 mm.
As dimensões do Haval H9 são de 4,95 m de comprimento, 1,93 m de altura, 1,97 m de largura e entre-eixos de 2,85 m, o maior da categoria.
Cabine luxuosa
Conhecendo o mercado de veículos de luxo no país, a GWM sabe que o Haval H9 precisa aliar conforto e requinte. Os bancos trazem revestimento em couro, seis ajustes elétricos para o motorista e quatro para o passageiro, massagem com oito modos, ventilação e aquecimento para os bancos dianteiros.
A cabine ainda conta com painel de instrumentos de 10,25 polegadas e central multimídia de 14,6 polegadas com conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, teto solar panorâmico, comandos de voz em português brasileiro, carregador sem fio de 50W, portas USB-A, USB-C e sistema de som com 10 alto-falantes.
Os ocupantes da segunda fileira também possuem bastante requinte e contam com controle para ar-condicionado, bancos com ventilação no assento e encosto, porta-objetos climatizado, tomada 12V e duas saídas USB.
Na terceira fileira há saídas de ar-condicionado no teto, luzes em LED, e porta-objetos lateral. Segundo a marca, é possível transportar adultos com conforto na terceira fileira de bancos.
Na configuração de sete passageiros, o porta-malas tem apenas 88 litros de capacidade volumétrica, que sobe para 791 litros com apenas cinco lugares. Com apenas os bancos dianteiros, o espaço sobe para 1.580 litros.
Sistema ADAS e segurança
O Haval H9 oferece condução semi autônoma (ADAS 2+) que inclui cruzeiro adaptativo com Stop & Go, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência e monitoramento de tráfego cruzado traseiro. O modelo conta ainda com seis airbags e faróis em LED matriciais com ajuste automático.
Primeiras impressões Haval H9
O teste foi realizado no mesmo local da picape Poer P30, mas o SUV apresentou uma condução bastante diferente da apresentada pela picape, mesmo usando a mesma plataforma e motor. No caso do modelo mais caro, a GWM oferece mais conforto, mesmo em situação off-road.
No uso off-road o Haval H9 não sentiu nenhuma dificuldade, mesmo com um trajeto bem molhado e enlameado. Encarar pedras e buracos no caminho foram tarefas bem fáceis para o modelo e, na cabine, pouco foi sentido.
Nesse primeiro contato, o Haval H9 se mostrou um modelo muito mais acertado que a Poer P30, especialmente na suspensão, que pulava bem menos durante o trajeto off-road.
O conjunto mecânico dispõe do motor 2.4 turbodiesel de 184 cv e 48,9 nm de torque, e vai de zero aos 100 km/h em 13 segundos. No teste off-road, o motor não decepcionou, mas é possível que em situações de estradas falte um pouco de fôlego. É importante relembrar que ele é mais fraco que SW4 (204 cv e 50,9 kgfm), Commander (200 cv e 45,8 kgfm) e Pajero Sport (190 cv e 43,9 kgfm).
Vale destacar que o Haval H9 é mais completo que a picape e também tem tratamento acústico aprimorado. O ruído do motor raramente foi ouvido durante o período do teste. Os bancos são extremamente confortáveis e a opções de aquecimento, ventilação e massagem, bem como a facilidade de acesso aos comandos ajudam a melhorar o conforto ao dirigir.
Um ponto de decepção foi a central multimídia, que apesar da ótima dimensão, funcionamento veloz e das funções como câmera de ré e 360, apresentou problemas ao conectar com o Android Auto.
Após cerca de 20 minutos rodando fora de estrada, o sistema simplesmente desconectou do celular, e ao reconectar, a música ficava travando, mesmo estando salva para uso off-line no serviço de streaming. Pensando em ser um veículo de uso em viagens, é um problema que pode incomodar bastante.
Veredito
O Haval H9 encanta pelo acabamento interno e capacidade de levar 7 adultos com tranquilidade. Itens como aquecimento e ventilação nos bancos, até mesmo na segunda fileira, garantem muito conforto para longas viagens.
O motor ainda precisará ser posto à prova em outras situações, mas nesse ambiente em específico não decepcionou, mas deixa claro que o Haval H9 é um carro pesado.
A principal aposta da GWM é o custo-benefício com o Haval H9, e o modelo tem ótimos argumentos para justificar a aposta nele para ser montado no Brasil ainda em 2025 - as primeiras unidades saem da fábrica no último trimestre. Resta saber se o público desse segmento, conhecido por ser conservador, dará à GWM uma chance.
É bem possível que os compradores iniciais sejam clientes que já possuem um Haval H6 e desejam um veículo maior e mais completo. A aposta em 10 anos de garantia de fábrica, assim como disponível para a Poer P30 é a grande aposta da GWM para conquistar esse público, mas só o tempo vai dizer se a estratégia foi correta. O potencial está presente, mas ser concretizado é difícil.
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