A Ford anunciou, nesta segunda-feira (11), seu plano para iniciar a produção de carros elétricos. Segundo o CEO da montadora, Jim Farley, o primeiro veículo do projeto será uma picape elétrica "acessível", estimada em US$ 30 mil (na cotação atual, cerca de R$ 163 mil). A ideia é que o modelo seja lançado em 2027. 

No final de julho, Farley tratou o lançamento como um momento "Model T", em alusão ao veículo pioneiro e revolucionário da Ford no início dos anos 1900. Nesta segunda-feira, porém, o chefe da montadora já não mostrou tanto otimismo, ressaltando que a nova plataforma para produção de veículos elétricos trata-se de uma aposta da empresa. 

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"Por que eu digo aposta? É uma palavra intencional, porque não há garantias com este projeto. Estamos fazendo tantas coisas novas que não posso garantir com 100% de certeza que tudo dará certo. É uma aposta. Há risco", disse o executivo.

"A indústria automotiva tem um cemitério, cheio de veículos acessíveis que foram lançados em nosso país, com todas as boas intenções. E fracassaram com fábricas ociosas, funcionários demitidos e prejuízos", acrescentou Farley. 

Ao falar especificamente sobre a picape elétrica, o CEO da fabricante não deu tantos detalhes. Farley se limitou a dizer que ela terá mais espaço interno do que um Toyota RAV4, mas ainda contará com uma caçamba de picape na traseira e um porta-malas. "Ela será mais rápida que um EcoBoot Mustang, terá capacidade de carregamento rápido e alcance incrível", disse.  

A Ford está investindo um total de US$ 5 bilhões (R$ 27,2 bilhões) para fabricar este veículo e suas baterias nos Estados Unidos. Segundo Farley, o objetivo é tornar a produção dos automóveis até 40% mais veloz, reduzindo custos e melhorando a qualidade do produto final.

Porém, o tom adotado pelo CEO da Ford e o momento turbulento da indústria automotiva norte-americana fazem com que o projeto seja questionado pela imprensa norte-americana. Vale lembrar que, recentemente, a empresa adiou a produção de dois modelos elétricos para 2028.