A Renault divulgou, nesta terça-feira (1º), que acumulou um prejuízo de 9,5 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 61 bilhões) na aliança com a Nissan Motor. O resultado negativo deve-se à queda nas ações e estará no relatório do próximo semestre, mas não causará impacto para os acionistas ou no cronograma de pagamentos.

A parceria entre Renault e Nissan, vale lembrar, perdeu força. Ainda assim, atualmente, a montadora francesa detém 37,5% da marca japonesa, sendo 17,05% diretamente e o restante por meio de um fundo fiduciário. 

Segundo o comunicado da Renault, este percentual passará a ser calculado com base nas ações de mercado da Nissan. A empresa nipônica vive uma de suas piores crises e avalia demitir funcionários para não falir. 

A reavaliação da fabricante francesa sobre o modelo de colaboração visa priorizar projetos específicos em vez de controle acionário. Assim, a colaboração entre as empresas será mantida em algumas áreas de manufatura. 

Nissan em crise

A crise na Nissan se intensificou nos últimos anos devido à perda de participação de mercado e desafios na eletrificação de sua linha de veículos. A fusão com a Honda, vista como uma solução para recuperar competitividade, foi encerrada recentemente após divergências entre as empresas, gerando instabilidade na liderança da montadora.

Outro grande desafio será o reposicionamento da Nissan no mercado europeu, onde a marca perdeu espaço para concorrentes que avançaram mais rapidamente na adoção de tecnologias sustentáveis. Para reverter esse quadro, a montadora planeja investir em novos modelos híbridos e elétricos, além de melhorar sua rede de distribuição e pós-venda.

No Japão, a empresa também precisa reforçar sua imagem após anos de instabilidade interna, que começaram com o escândalo envolvendo o ex-CEO Carlos Ghosn. Reconstruir a confiança de investidores e parceiros será fundamental para garantir um futuro sustentável para a companhia.

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