A BYD finalmente se aproxima do início de produção no mercado brasileiro. Durante o lançamento do Song Plus, Alexandre Baldy, vice-presidente da BYD no Brasil, confirmou que a fábrica de Camaçari (BA) começará a funcionar no dia 26 de junho às 9h da manhã.
A confirmação aconteceu durante a apresentação do Song Plus 2026, mais novo lançamento da marca no mercado brasileiro. Segundo Baldy, o plano segue de iniciar a produção local com o Dolphin Mini, já anunciado e formalizado para Camaçari, mas “podem haver mais surpresas”.
Segundo o executivo, a fábrica já conta com 1.100 empregados somente na operação industrial, e que em breve, estarão contratando mais funcionários. Por falar nos funcionários, Baldy explicou que diversos deles já foram enviados para a China para participar de intercâmbio.
Como será a produção nacional?
Segundo Baldy, a produção nacional terá início no regime de skd, ou seja, com os veículos chegando da China semi desmontados, com a montagem acontecendo na planta da Bahia.
“Contratualmente temos 12 meses para poder fazer no regime produtivo de skd, e posterior a este momento será produção local, como assim é conhecido nos termos de classificação industrial no regime automobilístico. Atendendo ao contrato que temos com o governo da Bahia sobre o âmbito do incentivo fiscal regional do estado e ao contrato de incentivo federal, que permitiram a BYD ser competitiva. Para fabricar um carro longe do eixo, longe dos principais fornecedores de autopeças, os incentivos são necessários”, declarou o executivo.
Nos últimos meses, a BYD apresentou o pedido de redução tarifária na importação dos kits para produção em SKD e CKD. Hoje, para importar os kits para produzir um carro elétrico, os impostos são de 25% para produção SKD e 10% para CKD, e a BYD pede redução pela metade.
Para automóveis plug-in, as alíquotas são de 28% (SKD) e 14% (CKD), e de acordo com a Anfavea, a BYD busca reduzir a tarifa para 10% e 5%, respectivamente.
Baldy afirma que para produzir um veículo no nordeste, ou seja, longe dos grandes centros de produção de autopeças, são necessários incentivos.
“O que foi solicitado é para que nós, nesse primeiro momento, tenhamos competitividade, um pouco de incentivos. Se a minha tributação de importação para o carro pronto for a mesma do carro semidesmontado, que vai gerar emprego [na montagem] e tem investimento de 1 bilhão e 400 milhões já materializado, não tem lógica optar pelo regime de skd. O pedido ainda não foi apreciado”, afirmou o executivo.
Qual a diferença entre skd e ckd?
Baldy explicou que, segundo o regime de classificação fiscal de um carro, os kits skd (semi desmontados) precisam chegar ao país já soldado e pintado, e que essa classificação é elaborada pela Receita Federal e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Portanto, os veículos produzidos sob o regime de ckd (completamente desmontados) contariam com mais mão de obra brasileira não só na fábrica, mas também de fornecedores.
Por falar em fornecedores, o executivo ainda confirmou que os modelos produzidos na Bahia já terão componentes brasileiros, mas se recusou a fornecer mais detalhes, declarando que todos os detalhes serão apresentados no dia 26 de junho.
* Com informações de Luiz Felipe Forelli, de São Paulo
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