A principal novidade da Rampage para a linha 2025 foi a adoção do novo motor 2.2 turbodiesel da Stellantis. Junto de equipamentos do sistema ADAS, a picape intermediária da Ram ficou mais equipada, mais cara, mais potente, e se tornou uma opção excelente para quem realiza longas viagens.
A Rampage é uma receita de sucesso da Stellantis no Brasil. A primeira Ram produzida fora dos Estados Unidos, utiliza a mesma plataforma da já consagrada Fiat Toro e vende praticamente metade do volume da sua “irmã”, muito mais acessível.
Com um público-alvo muito mais abastado financeiramente, a Rampage se escora na marca Ram para receber um cuidado de construção e posicionamento diferenciado, e talvez por isso, foi a primeira a receber o novo propulsor 2.2 turbodiesel de 200 cv e 45,9 kgfm de torque, substituindo o 2.0 de 170 cv e 38,8 kgfm de torque.
A transmissão automática de nove marchas foi mantida, bem como a tração 4x4 sob demanda com modo de reduzida. O que também foi mantido foi todo o visual da Rampage, que convenhamos, ainda é bem recente para ser atualizado.
Por falar no exterior, a versão Rebel usa e abusa de apliques plásticos para emular o visual aventureiro, sem esconder a inspiração na Ram 1500. O DNA de luxo da Ram é reforçado pelo cromado da versão Laramie.
São 5,02 metros de comprimento, 2,04 metros de largura. Os 2,94 m de entre-eixos garantem espaço tranquilamente para cinco pessoas nos bancos traseiros. A caçamba tem volume de 980 litros e mede 1,05 metro de comprimento. A capacidade máxima de carga (contando também os passageiros) é de 1.015 kg.
Motor é a grande estrela
Ao contrário do motor a gasolina de 272 cv, conhecido pela potência, mas também consumo de combustível elevado, o novo motor turbodiesel da Rampage pode ser extremamente econômico. Segundo o Inmetro, o consumo na cidade é de 10,6 km/l e na estrada é de 13,3 km/l. Na prática, a média na cidade fica entre 10 e 11 km/l, mas em trajetos rodoviários o consumo é muito melhor.
Em nossos testes, atingir e até superar a marca dos 13 km/l foi bem fácil, com o pico de 15 km/l em alguns momentos. Conversando com alguns colegas, há relatos de médias de 18 km/l em trajetos rodoviários. O controle de cruzeiro adaptativo com função stop and go ajuda e muito a conseguir essas médias.
A transmissão automática de nove velocidades prioriza sempre o conforto dos ocupantes e tenta rodar sempre em baixas rotações, para mesclar o torque (disponível totalmente já a 1.500 giros) e baixo nível de ruído.
Para quem não está acostumado aos veículos movidos a diesel, é possível que a vibração do motor incomode em alguns momentos, especialmente em longos períodos de engarrafamento, por exemplo.
Em movimento, a Rampage é silenciosa e tranquila, sendo que é na estrada em que essas principais características são amplificadas. Nas cidades, por conta das acelerações mais frequentes, o motor a diesel se faz mais presente com seu som e vibração. Para quem gosta dessas características, é excelente, para quem não gosta, há sempre a versão a gasolina.
Não espere uma aceleração muito veloz, afinal. A versão com pretensões esportivas é a R/T com motor a gasolina, e propulsores a diesel são para outros usos. A Stellantis divulga 9,9 segundos para ir de zero a 100 km/h, um segundo a menos que o antigo propulsor.
Itens de Série
A versão Rebel é bem equipada, e já traz diversos itens bem interessantes como abertura remota da tampa da caçamba, câmera de ré, ajustes elétricos de altura dos faróis e também dos retrovisores externos, farol alto automático, sensor de chuva, sensor de estacionamento, ar-condicionado digital de duas zonas, bancos e volante em couro, controle de cruzeiro adaptativo com stop and go, freio de estacionamento eletrônico, revestimento interno na caçamba, saída de ar-condicionado traseira, carregador de celular por indução, entre outros.
A segurança fica por conta dos sete airbags (dianteiros, lateral dianteiro, cortina e de joelho para o motorista), alerta de saída de faixa com assistente de centralização e monitor de ponto cego.
O painel de instrumentos de 10,3” é velho conhecido de outros carros da Stellantis, e apresenta um bom funcionamento. A multimídia de 12,3” não decepciona, é bem rápida, responde bem aos comandos táteis e se conecta rapidamente com o celular, porém, apresentou defeito.
Problemas elétricos
Durante a semana de testes, a Rampage Rebel apresentou uma pequena falha eletrônica na central multimídia e geral. Em determinado momento, ao tentar ligar o veículo, nada acontecia, e o painel apresentava apenas a informação de pisar no freio e pressionar o botão de partida. Após alguns minutos, o funcionamento voltou ao normal.
A central multimídia apresentou comportamento similar. Em determinado momento, o equipamento ficou congelado, sem responder aos comandos táteis, sem ser possível mudar a estação ou trocar de rádio para conexão com smartphone. Por sorte, a redundância é bem-vinda em algumas situações, e como a Rampage conta com comandos físicos para o volume e também para desligar a multimídia - que estavam funcionando - foi possível desligar o equipamento. Alguns minutos mais tarde, a central voltou a funcionar normalmente.
Em casa na estrada
Com baixo consumo em trajeto rodoviário, a Rampage se destaca justamente nesse cenário. Em velocidade constante, a picape é extremamente silenciosa.
A suspensão também merece elogios. O conjunto multibraços na traseira mantém a picape bem estável em altas velocidades. As respostas são boas também em baixas velocidades. Em momento algum o condutor se sentirá inseguro na Rampage, apesar de ser uma caminhonete e relativamente mais alta.
Na cidade, a Rampage consegue enfrentar muito bem buracos, valetas e lombadas, com a suspensão apresentando bastante conforto, mesmo sem peso na caçamba.
Vale a pena?
A Rampage é um bom carro, que sabe aproveitar tudo de bom e do melhor oferecido pela já conhecida e consagrada plataforma Small Wide já utilizada por Fiat Toro, Jeep Compass e Commander.
O grande trunfo da Rampage são as boas dimensões para o uso em cidades, cada vez com vagas de estacionamento menores e com mais carros, motos, obstáculos, modelos médios e grandes (como as demais RAM), são de convivência mais difícil.
Por 270 mil reais é possível levar uma unidade da picape para casa na versão testada, embora a versão Big Horn, esteja disponível a partir de 237 mil. A opção mais simples da Toyota Hilux com transmissão automática custa R$ 282 mil, e no caso da Chevrolet S10, a picape parte de R$ 292 mil, e a Ford Ranger XLS parte de R$ 274.900.
O custo-benefício da Rampage é real, especialmente se comparado com as demais médias. A única que se aproxima é a Ranger, e nesse caso, o gosto pode ser influenciado pelo tamanho da caminhonete e pela marca, uma vez que a RAM é considerada uma fabricante premium no Brasil.
Independente da escolha, a Rampage é uma picape muito boa, e com as dimensões corretas para a cidade. Quem precisar de veículos maiores terá opções entre as médias, tendo a irmã Toro como opção um pouco menor e preços parecidos.
O que transforma a Rampage em uma ótima opção é justamente o bom pacote de equipamentos e o baixo consumo em estrada.
Ficha Técnica Ram Rampage Rebel 2.2
Motor: 2.184 cm3, dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, turbo, injeção direta, 200 cv de potência a 3.500 rpm, 45,9 kgfm de torque a 1.500 giros, diesel
Câmbio: automático de nove marchas, tração 4x4 sob demanda com modo reduzida
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson independente na dianteira e independente multibraço na traseira
Freios: discos ventilados de 330 mm na dianteira e 320 mm na traseira
Pneus: 235/65 R17
Dimensões: 5,02 metros de comprimento; 2,04 m de largura (com espelhos); 1,71 m de altura; 2,99 m de distância entre-eixos;
Caçamba: 1.055 mm de comprimento; 1.886 mm de largura; 595 mm de profundidade e 980 litros de volume
Tanque de combustível: 60 litros
Tanque de Arla: 13,5 litros
Peso em ordem de marcha: 1.951 kg
Consumo PBEV: Urbano: 12,3 km/l (gasolina) / 8,6 km/l (etanol) Estrada: 13,7 km/l (gasolina) / 9,8 km/l (etanol)
Velocidade Máxima: 196 km/h
0 a 100 km/h: 9,9s
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