O CEO da Ford, Jim Farley, explicou por que desistiu de competir com asiáticas Toyota, Hyundai e Kia no ramo de carros mais populares. Segundo o executivo, o lucro nas vendas de alguns modelos, como Focus, Fiesta e Fusion, eram baixos. Desta forma, a estratégia da empresa passou a investir em carros maiores e "mais emocionantes".
"Foi um momento espiritual para a Ford se tornar uma fabricante de linha completa, mas aprendi muito, porque talvez tenha sido um erro", disse Farley, em entrevista ao jornal argentino La Nación. "Não foi um erro tentar, mas nossos custos não eram competitivos com os da Toyota e da Hyundai/Kia e, no fim, tivemos que mudar para o Bronco e picapes", acrescentou.
Farley explica que a ideia da Ford era ter uma linha completa, com produtos democráticos. "Mas também descobrimos que isso tornava o negócio quase impossível, porque não tínhamos vantagem de custo. Então, assim como na Argentina e na América Latina, nos EUA, tivemos que reestruturar o negócio", continuou.
O Fusion saiu de linha em 2020, enquanto o Fiesta parou de ser produzido em 2023 e o Focus em novembro deste ano. Para exemplificar a mudança de rota, os destaques recentes da marca incluem o agressivo Mustang GTD, o Bronco Raptor focado no off-road e a feroz F-150 Raptor R.
Ao mesmo tempo, a montadora viu suas vendas despencarem. De 2013 a 2017, a Ford vendeu consistentemente mais de 6,3 milhões de veículos por ano em todo o mundo. Em 2018, as vendas caíram para pouco menos de 6 milhões e, em 2020, despencaram para 4,2 milhões.
A queda foi ainda maior em 2021, para 3,9 milhões, e desde então, as vendas se estabilizaram entre 4,2 e 4,4 milhões de unidades anualmente. Por outro lado, a Ford melhorou seu balanço financeiro - no terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a marca registrou lucro líquido de US$ 2,4 bilhões.
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