Com a abertura de importações na década de 1990, muitos brasileiros passaram a poder comprar carros até então vistos somente em revistas especializadas ou filmes estrangeiros. Muitos jogadores de futebol gostavam de “ostentar” com modelos diferenciados e até então restritos só para quem tinha alto poder aquisitivo, confira alguns abaixo:
Romário - Porsche 911
Quando jogava no PSV Eindhoven da Holanda, o camisa 11 curtia as férias e outras folgas na sua cidade natal do Rio de Janeiro. O “baixinho” era visto na cidade maravilhosa a bordo de um Porsche 911 Carrera vermelho.
Apesar de ser a versão de entrada do modelo, o esportivo chamava atenção com seu motor boxer de seis cilindros 3.6 litros refrigerado a ar, capaz de entregar 250 cv de potência. Algumas imagens mostram que o carro de Romário tinha modificações visuais como o aerofólio traseiro das versões Turbo.
Roberto Carlos - Nissan Quest
Nos anos 90 as minivans estavam em alta no mercado. Com o início das importações, a Nissan Quest chegou ao Brasil e o lateral Roberto Carlos foi o proprietário de uma unidade. O modelo nasceu em parceria com a Ford e foi produzido em Ohio, nos Estados Unidos. Debaixo do capô estava um motor V6 de 153 cv e 24,5 kgfm de torque. Entre os destaques estavam o teto solar, porta deslizante e capacidade para 7 pessoas.
Edilson - Mercedes-Benz E-420
O atacante chamado de Capetinha por infernizar as defesas adversárias fez sucesso com a camisa de Guarani, Palmeiras e Corinthians nos anos 1990. Certamente, seus gols e premiações renderam um bom dinheiro ao atacante, que rodava por São Paulo a bordo de um imponente e luxuoso Mercedes-Benz Classe E.
O modelo de Edilson era o topo de linha E420 e contava com motor V8 de 279 cv de potência e 40,8 kgfm de torque, sempre com transmissão automática.
Jeep Grand Cherokee
Muito antes dos SUVs se tornarem os carros mais vendidos do país, o Jeep Grand Cherokee era sinônimo de status, luxo e ostentação. Até por isso, era o queridinho de quem tinha alto poder aquisitivo. Diversos atletas e até celebridades da televisão como Luciano Huck tiveram uma unidade do SUV.
O atleta Djalminha, revelado no Flamengo e com muito destaque por Guarani e Palmeiras nos anos 90, tinha uma unidade na cor verde nos tempos de Palestra Itália com direito até a placas personalizadas: DFD - 1970, unindo as iniciais do jogador e seu ano de nascimento.
Nas versões mais caras, o Cherokee trazia motor V8 de 5.2 litros capaz de 212 cv de potência e 39,6 kgfm de torque. A transmissão automática de quatro marchas e a tração integral eram grandes vilãs da economia de combustível desse modelo.
Zetti - Gol GTI
O lendário goleiro do tricolor chega aos treinos da equipe a bordo de um Gol GTI. O esportivo nacional era um dos carros mais desejados dos anos 90. Esse desejo ainda está presente nos tempos atuais, visto que modelos podem ser encontrados por mais de 300 mil reais.
Com pintura em dois tons, rodas BBS e bancos Recaro no interior, o Gol GTI contava com 112 cv de potência e 17,5 kgfm de torque graças ao motor AP-2000.
Rogério Ceni - Santana
Sucessor de Zetti na meta do São Paulo, o goleiro artilheiro também possuiu um exemplar da Volkswagen, mas um Santana . O modelo considerado de luxo para a época ostentava o mesmo motor 2.0 do Gol GTI, mas sem injeção eletrônica de combustível. Essa ausência fazia o Santana ser mais fraco e entregar apenas 108 cv e 17,2 kgfm de torque.
Capitão - Souza Ramos Deserter
O volante que se destacou na Portuguesa, São Paulo, Grêmio e Guarani era proprietário de uma F-1000 Souza Ramos. O modelo foi modificado pela Souza Ramos, empresa que começou sua história como concessionária da marca do oval azul, mas se especializou em criar versões únicas dos modelos.
O modelo de capitão era uma Deserter XR, baseada na F-1000 e contava com motor diesel MWM de 83 cv e 25,3 kgfm de torque.
Renato Gaúcho - Miura Top Sport
Um dos atacantes mais populares dentro e fora dos campos da década de 90 no Brasil era o gaúcho Renato Portaluppi. Em 1992, enquanto defendia o Botafogo, o atacante surpreendeu ao aparecer em um treinamento na praia da Barra da Tijuca a bordo do esportivo fora de série.
Produzido no Brasil em tempos em que importações ainda eram proibidas, ter um Miura era raridade. O modelo se destacava por sua tecnologia embarcada para a época e conseguia até mesmo “falar” mensagens como “amarre o cinto de segurança” ou “abasteça o tanque de combustível”.
Apesar do visual esportivo inspirado nas Ferrari da época, o motor era o já conhecido AP-2000 de 120 cv e 18,3 kgfm de torque
Zico - Toyota Celica
Em 1981, Zico foi até Tóquio, no Japão, para vencer o Mundial de Clubes para o Flamengo. Como premiação por ter sido o melhor jogador da partida contra o Liverpool, o galinho recebeu um Toyota Celica, já que a empresa japonesa patrocinava e promovia a competição.
O modelo não pôde vir imediatamente ao país por conta das leis de importação vigentes à época. Zico precisou recorrer ao Ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, para buscar uma autorização de importação temporária. Mais tarde, Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo e Deputado Federal a partir de 1983, protocolou uma lei que permitia brasileiros importarem veículos recebidos como premiação no exterior.
O Celica de Zico tem motor 2.0 de 145 cv e 19 kgfm de torque. Mantido desde então pelo ex-camisa 10 do Flamengo, o modelo tem mais de 100 mil km rodados.
Dener - Mitsubishi Eclipse
Um dos atacantes mais promissores do futebol brasileiro teve um capítulo trágico em sua vida com um carro importado. Dener fez história na Portuguesa e Grêmio antes de chegar ao Vasco. Com 23 anos recém completados, o atacante possuía um Mitsubishi Eclipse branco de placa personalizada: DNR - 0010.
Porém, o atacante faleceu em um acidente no esportivo japonês. Após passar alguns dias de folga em São Paulo, o atleta retornava ao Rio de carro. Um amigo de Dener dirigia o veículo quando dormiu ao volante e se acidentou na lagoa Rodrigo de Freitas. O atleta dormia no banco do passageiro e acabou enforcado pelo cinto de segurança.
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