Em crise financeira e com risco de falência, a Nissan decidiu adotar uma estratégia considerada radical. Segundo o grupo de mídia japonês "Nikkei", a montadora vai colocar sua sede na lista de ativos que planeja vender até março de 2026.
O principal centro de operações da Nissan está localizado em Yokohama desde 2009, quando deixou a capital Tóquio. O imóvel é avaliado em 100 bilhões de ienes (na cotação atual, aproximadamente R$ 3,9 bilhões).
A medida, conforme a mídia japonesa, seria uma alternativa da Nissan para não fechar sete das 17 fábricas que possui ao redor do planeta - uma delas está localizada na cidade de Resende, no Rio de Janeiro.
Caso a venda da sede da Nissan seja concretizada, a montadora nipônica poderia repetir o processo adotado pela McLaren. Em abril de 2021, a empresa britânica comercializou suas instalações, em Woking, por 237 milhões de dólares e assinou um contrato de arrendamento de 20 anos para permanecer no local.
Crise
Recentemente, a emissora "NHK", também do Japão, comunicou que a Nissan planeja demitir 20 mil funcionários, o que representa 15% do quadro geral. A notícia surgiu após a Nissan confirmar um prejuízo bilionário no último ano fiscal, encerrado em março de 2025 - foi o pior resultado da história da empresa.
Além da concorrência das fabricantes de veículos elétricos da China, a empresa também sofre com as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por conta disso, conforme apuração da "Auto News", o Japão espera negociar uma redução nas taxas para socorrer a Nissan e as outras empresas locais.
"Confirmamos nossa intenção de continuar a solicitar a evasão tarifária o mais breve possível", disse Masanori Katayama, presidente da Associação Japonesa de Fabricantes de Automóveis. "Mas, como se trata de uma questão de negociação, muitas coisas podem acontecer daqui para frente. Ainda não se sabe por quanto tempo as tarifas durarão e como essa questão será resolvida", acrescentou.
Recentemente, os EUA entraram num acordo com o Reino Unido e congelaram o aumento para a China. O governo japonês, assim, estuda como abordar Trump sobre o tema. "Ainda não decidimos como lidaremos com as tarifas de Trump", disse Katayama.
Em meio ao cenário desafiador, a Nissan prepara uma série de lançamentos, como os novos Kicks, Versa, Sentra e Frontier. A expectativa é aumentar as vendas na China, Japão e na Europa, os mercados que sofreram mais quedas em 2024. No Brasil, a fabricante japonesa já foi ultrapassada pela BYD neste ano, ocupando a 10ª posição no ranking das marcas.
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