UAI
ASSISTA AO VÍDEO

Chevrolet Monza: novo sedan vai substituir o Cruze no Brasil?

Especulações apontam que o modelo pode ser o substituto do Cruze: será verdade?

Publicidade
O novo Chevrolet Monza é vendido na China em versão híbrida leve de 48V
O novo Chevrolet Monza é vendido na China em versão híbrida leve de 48V Foto: Chevrolet/Divulgação

Já há alguns anos, circulam publicações, nas redes sociais e em alguns sites, especulando sobre o lançamento no Brasil do novo Chevrolet Monza, produzido na China. Mas será que isso é verdade? E como exatamente é esse sedan? E o projeto tem alguma relação com o modelo produzido no Brasil entre 1982 e 1996? Assista ao vídeo e confira as respostas para todas essas perguntas.

Como é o novo Chevrolet Monza chinês?

É um sedan de porte médio, com 4,66 metros de comprimento e.2,64m de distância entre eixos, que utiliza a plataforma VSS-F. Na China, existem duas opções de motores: o de entrada é um 1.5 a gasolina, de de quatro cilindros e aspiração natural, que desenvolve 109cv de potência e 14,3kgfm de torque.

As versões mais caras do novo Chevrolet Monza adotam uma unidade 1.5 turbo, associada a um sistema híbrido-leve, que eleva esses números para 163 cv e 23,4kgfm.

No interior, o novo Monza tem um painel com telas integradas para os instrumentos e a central multimídia, de estilo semelhante ao que a Chevrolet adotou recentemente no monovolume Spin e na picape S10. Entre os equipamentos, o sedan traz carregador sem fio para smartphones, alertas de ponto cego e freio de estacionamento eletrônico.

Sedan será lançado no Brasil?

O novo Monza pode ser o substituto para o Chevrolet Cruze no Brasil? Bem, a resposta para essa pergunta é não. A fabricante não tem nenhuma intenção de vender o sedan chinês no Brasil: não existem quaisquer tipo de movimentação, flagra ou informação de bastidores que indiquem a presença desse modelo por aqui.

Assim, é possível afirmar com muita segurança que, ao menos a médio prazo, ao longo dos próximos 4 anos, o novo Monza é carta fora do baralho para a subsidiária brasileira da Chevrolet. O modelo não faz parte do cronograma de lançamentos do fabricante, que, além do mais, não parece disposta a investir em sedans.

E a principal causa é porque esse segmento está em queda no Brasil: os consumidores têm preferido massivamente os SUVs. Assim, a Chevrolet substituirá o Cruze não pelo Monza, e sim por um SUV médio. Ainda não existem muitas informações sobre tal modelo, mas é possível que ele seja o novo Trax, que na Ásia se chama Seeker. Inclusive, na América do Norte, esse modelo substituiu justamente o Cruze.

Chevrolet Seeker amarelo de frente em movimento
Nos EUA, SUV Trax, conhecido como Seeker em outros mercados, substituiu o Cruze Foto: Chevrolet/Divulgação

Outro motivo é que o próprio projeto do Chevrolet Monza chinês já não é tão novo e está ficando datado. No país de origem, o modelo foi lançado em 2019: ou seja, há 5 anos. Por lá, o sedan, inclusive, já até passou por uma reestilização de meia vida, em 2022. O projeto é apenas um pouco mais novo que o do próprio Cruze, cuja atual geração data de 2016 em âmbito global, mesmo ano em que ele chegou ao Brasil.

Novo Chevrolet Monza tem alguma relação com o homônimo nacional?

A resposta, novamente, é não: as únicas semelhanças estão no tipo de carroceria - sedan, apesar de o modelo nacional ter tido também uma configuração hatch, nos anos de 1980 - e no porte. Na verdade, o novo Chevrolet Monza é até ligeiramente maior que o homônimo nacional (que tinha 4,49m de comprimento e 2,57 de entre-eixos), uma vez que os carros, de modo geral, cresceram ao longo das últimas décadas.

Mas os pontos em comum param por aí: os dois veículos não tem mais nada em comum. A começar pela proposta: o Monza nacional era fruto de um plano global, chamado de projeto J, que gerou carros com características técnicas e mecânicas em comum em todos os continentes.

Diferentes marcas da GM produziram esse modelo, sendo que cada uma delas adotou um nome específico. Haviam também distinções no design e acabamento, específicas para cada mercado em que atuavam: o resultado é que o projeto J originou o Chevrolet Cavalier na América do Norte, o Isuzu Aska na Ásia, o Holden Camira na Austrália e o Opel Ascona na Europa continental, por exemplo.

Chevrolet Monza GLS 1996 vinho de frente estacionado
Monza nacional foi produzido de 1982 a 1996 Foto: Chevrolet/Divulgação

Entre todos esses modelos, o que mais tem em comum com o Chevrolet Monza nacional é justamente o Opel Ascona: o design de ambos era praticamente idêntico, bem como o interior. Ambos tinham proposta sofisticada para os padrões dos anos de 1980.

Nesse ponto, cabe explicar que essa linhagem de carros médio-grandes da Opel já tinha tido outras duas gerações anteriormente: o Ascona semelhante ao Chevrolet Monza brasileiro é o da linhagem C, da terceira geração. Tanto lá quanto aqui, esse modelo  substituído pelo Vectra, que por sua vez, na Europa, ainda deu lugar ao Insignia, cuja Opel, que hoje está nas mãos do Grupo Stellantis, fabricou até 2022.

Projeto chinês tem foco local

Já o novo Monza, apesar do porte médio, é um sedan de entrada na China, desenvolvido pela Chevrolet em conjunto com uma parceira local: a Saic. Ele chegou ao mercado com a proposta de ocupar uma posição entre o Onix Plus e o Cruze, mas esses dois modelos deixaram de ser vendidos por lá com o tempo. Consequentemente, o Monza acabou ocupando o espaço de ambos os modelos.

De qualquer modo, caso é que o projeto do novo Chevrolet Monza sempre focou em custo de aquisição mais baixo, desenvolvido para o mercado interno e, atualmente, vendido em poucos países além da China. Justo ao contrário, portanto, do homônimo nacional.