A Porsche anunciou uma mudança significativa no comando: Oliver Blume deixará o cargo de CEO da marca, que passará a ser ocupado por Michael Leiters a partir de 1º de janeiro de 2026. Blume continuará à frente do Grupo Volkswagen, mas deixará a administração direta da fabricante de esportivos de Stuttgart após críticas sobre o acúmulo de funções e a perda de foco na marca.
A decisão acontece em um dos períodos mais desafiadores da história recente da Porsche. A empresa enfrenta queda acentuada nos lucros, com uma margem operacional prevista de apenas 2% para 2025, muito abaixo dos níveis historicamente elevados que caracterizaram o sucesso da montadora. Além disso, há recuo nas vendas em mercados-chave, como a China, e um cenário externo desfavorável com tarifas de exportação mais altas para os Estados Unidos.
Outro fator que pesou na transição é a incerteza sobre a estratégia elétrica da Porsche. O custo de desenvolvimento de novos modelos e a pressão para acelerar a eletrificação têm afetado a rentabilidade da empresa, que ainda busca um equilíbrio entre esportividade, luxo e sustentabilidade.
Michael Leiters retorna à Porsche após passagens de destaque pela Ferrari, onde foi diretor técnico (CTO), e pela McLaren Automotive, onde ocupou o cargo de CEO entre 2022 e 2025. Antes disso, o engenheiro alemão trabalhou por mais de uma década na própria Porsche, tendo liderado projetos cruciais como Cayenne e Macan, pilares da linha de SUVs que garantiram grande parte do volume de vendas da marca.
O conselho da Porsche destacou que Leiters combina experiência técnica e profundo conhecimento da cultura da empresa, perfil considerado ideal para conduzir a montadora em um período de redefinição estratégica. A expectativa é que, sob sua liderança, a Porsche volte a priorizar desempenho financeiro e clareza no plano de eletrificação, reforçando sua identidade como marca de luxo esportiva.
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