A BYD, maior fabricante chinesa de veículos elétricos, atravessa um momento delicado no mercado financeiro. As ações da companhia registraram queda de cerca de 30% na Bolsa de Hong Kong, resultando em uma perda estimada de US$ 45 bilhões em valor de mercado. O tombo reflete a desconfiança dos investidores quanto à estratégia da empresa de adotar descontos agressivos para sustentar sua participação de mercado.
Essa política de preços reduziu as margens de lucro e levou a uma queda de aproximadamente 30% no lucro líquido do segundo trimestre, a primeira em mais de três anos. O cenário preocupa inclusive o governo chinês, que teme que tais práticas prejudiquem a imagem internacional da indústria automotiva local.
A pressão do mercado forçou a BYD a revisar para baixo sua meta de vendas em 2024, de 5,5 milhões para 4,6 milhões de unidades. Analistas apontam ainda que a linha de produtos da marca perdeu competitividade diante de rivais como Geely e Leapmotor, que vêm apostando em lançamentos mais recentes e tecnológicos.
Para recuperar a confiança dos investidores, a BYD aposta em novidades a partir de 2026, com foco em sistemas de condução semi-autônoma, baterias mais eficientes e novos híbridos plug-in. Até lá, a empresa depende do avanço de sua estratégia global, somente em 2025, as vendas internacionais devem superar 1 milhão de unidades, acima da meta inicial de 800 mil, sustentadas pela expansão em mercados emergentes e pela adaptação de modelos a diferentes regiões.
O desempenho futuro da BYD dependerá da capacidade de equilibrar competitividade em preços com margens saudáveis, além de retomar o protagonismo em inovação tecnológica — fatores cruciais para reconquistar a confiança dos investidores e estabilizar sua posição no setor de veículos elétricos.
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