O CEO da Bugatti Rimac, Mate Rimac, levantou dúvidas sobre a veracidade dos números divulgados pela BYD para o superesportivo elétrico Yangwang U9. Apresentado com quatro motores elétricos e potência combinada declarada de 3.000 cv, o modelo chinês foi alvo de críticas diretas do executivo croata.
Segundo Rimac, ainda que os motores possam alcançar essa potência em condições ideais, a bateria LFP (lítio-ferro-fosfato) de 80 kWh do U9 não teria capacidade de descarga suficiente para sustentar o pico, “nem por um segundo”. Ele destacou que, em hipercarros elétricos, a limitação muitas vezes não está nos motores, mas sim na taxa de descarga que as baterias conseguem entregar com segurança e eficiência.
O criador do Rimac Nevera também sugeriu que a BYD possa ter somado os valores máximos de cada motor individualmente, sem considerar que todos operem em potência plena simultaneamente. Essa prática pode inflar números no papel, mas não se traduz necessariamente em desempenho real nas pistas.
O Yangwang U9, anunciado como rival de hipercarros europeus, promete aceleração de 0 a 100 km/h em 2,36 segundos e velocidade máxima de 309 km/h. Apesar disso, a polêmica levantada por Rimac reacende a discussão sobre a forma como fabricantes medem e divulgam dados de potência em veículos elétricos de alto desempenho.
A disputa de declarações acontece em um momento em que marcas tradicionais e novos players chineses disputam espaço no segmento de hipercarros, misturando tecnologia de ponta, marketing agressivo e, como no caso, provocações públicas.
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