x
UAI
MERCADO QUENTE

GWM terá início de produção no Brasil em breve; conheça detalhes e carros

Após adiamentos, a montadora chinesa irá iniciar produção da fábrica em breve, que também mira em motores híbrido-flex

Publicidade
Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP)
Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP) Foto: Divulgação/GWM

A GWM está se preparando para iniciar a produção dos seus carros na fábrica de Iracemápolis (SP), comprada da Mercedes-Benz em 2021. Após anos de ajustes estratégicos para enfrentar impostos do governo federal, a montadora chinesa dará início à produção ainda no primeiro semestre de 2025 com a linha Haval H6 e promete entregar 50 mil carros por ano.

Segundo apuração do site Quatro Rodas, a fábrica de Iracemápolis estará finalizada em junho 2025, mas as primeiras unidades em pré-série, ou seja, veículos produzidos em pequena escala para testar processos antes da produção em massa, podem sair da linha já em maio. 

A planta, adquirida da Mercedes-Benz em agosto de 2021 por um valor não divulgado, tem duas linhas de montagem: uma pro Haval H6 e outra pros modelos com chassi de longarinas, uma estrutura robusta usada em veículos como a picape Poer. 

Com 400 funcionários já contratados, o objetivo é chegar a 800 até o final do ano. A capacidade anual é de 50 mil unidades de carros produzidos, com 35% de nacionalização dos H6, porém o objetivo é aumentar a naturalização dos componentes para 60% até 2026.

GWM Haval H6 na fábrica
GWM Haval H6 na fábrica Foto: Divulgação/GWM

O Haval H6 será o primeiro modelo produzido no Brasil, em todas as suas versões: HEV2 (híbrido pleno de 243 cv, R$ 220 mil), PHEV19 (plug-in, 326 cv, R$ 245 mil), PHEV34 (plug-in com tração integral, 393 cv, R$ 288mil), e GT (cupê plug-in com tração integral e 393 cv, R$ 325 mil). 

A escolha do SUV médio para ser o primeiro carro da marca a ser produzido aqui é pelo seu sucesso estrondoso, que emplacou 39.364 unidades desde 2023: 10.704 em 2023, 22.893 em 2024, e 5.767 até março 2025. Em 2024, o Haval H6 HEV2 foi o SUV híbrido mais vendido do Brasil. O modelo rivaliza com Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. 

Ainda segundo a Quatro Rodas, a produção nacional no começo não terá nenhuma mudança do Haval H6 que já conhecemos, ou seja, o mesmo visual do modelo 2025, lançado em março, e a mesma motorização — 1.5 turbo a gasolina. Já a produção dos modelos híbridos-flex deverá ocorrer somente no próximo ano, que virá junto com a reestilização já flagrada rodando no país e lançada na China. 

A GWM não confirma, mas Quatro Rodas também apurou que a picape média Poer e o SUV grande Haval H9 serão os próximos a sair da linha de Iracemápolis. A Poer, que pode chegar importada no segundo semestre de 2025, terá produção nacional a partir de 2026, com versões híbrida plug-in e diesel. Com 5,41 m de comprimento e chassi de longarinas, ela mira Chevrolet S10 e Toyota Hilux, com visual ajustado para o gosto brasileiro. 

Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP)
Fábrica da GWM em Iracemápolis (SP) Foto: Divulgação/GWM

Já o Haval H9, um SUV de 5,07 m, de cinco ou sete lugares, tem opções de motor 2.0 turbodiesel e 2.4 turbodiesel (a mesma da Poer) de 186 cv e 48.9 kgfm de torque, atrelado ao cämbio automático de nove marchas e tração 4X4. 

A GWM planejava iniciar a produção em julho 2023, com capacidade de 100 mil unidades/ano, mas mudanças na estratégia e políticas públicas, como o retorno de impostos de importação para híbridos e elétricos em 2024, adiaram os planos. Inicialmente, a marca queria começar com a picape Poer, mas o sucesso do Haval H6 mudou o foco. 

A GWM também abandonou o plano de montar carros em CKD (kits pré-montados da China) para adotar produção peça por peça, visando incentivos do programa Mover e nacionalização de 60% até 2026. A rival BYD, que planeja abrir sua fábrica em Camaçari (BA) no segundo semestre de 2025, enfrentou atrasos semelhantes. 

Apesar dos percalços, a GWM investiu R$ 10 bilhões até 2032, incluindo um centro de P&D no Brasil para testar veículos localmente. Diferente da BYD, que aposta em elétricos, a GWM foca em híbridos e híbridos plug-in, com apenas o Ora 03 elétrico no portfólio brasileiro. A escolha reflete pela demanda local por autonomia e custos menores.