O governo federal aprovou, nesta quarta-feira (25), o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30%, conhecido como E30, e de biodiesel no diesel de 14% para 15%, o B15. O percentual vai subir a partir de 1º de agosto. A decisão foi tomada em uma reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida é possível graças ao projeto Combustível do Futuro, aprovado pelo Congresso ainda em 2024. Além de incentivar o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, a iniciativa também pretende reduzir a dependência brasileira em combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações, principalmente, em um momento de incertezas no mercado global.
O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, declarou que o governo pretende, com a medida anunciada nesta quarta-feira, uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina vendida nos postos de combustíveis.
Em seu discurso, o ministro Alexandre Silveira ressaltou que além de zerar as importações, a nova medida vai gerar excedente exportável de cerca de 700 milhões de litros de gasolina por ano. "Com este ato histórico, voltaremos a ser autossuficientes em gasolina após 15 anos e reduzimos a necessidade de importação do diesel. Isso é soberania energética", disse.
O presidente Lula, por sua vez, destacou o potencial do Brasil em conciliar produção de alimentos e de biocombustíveis. "O Brasil não precisa desmatar para crescer. Os números têm provado: a gente pode crescer 50% aumentando apenas 5% de terra. Os avanços tecnológicos permitiram que a gente possa plantar mais e colher mais com menos terra. Essa política de biocombustíveis é um modelo que ninguém vai conseguir competir com o Brasil", comentou.
Economia
De acordo com as estimativas do governo federal, apenas com a transição do E27 para o E30, são esperados mais de R$ 10 bilhões em investimentos e a criação de mais de 50 mil postos de trabalho.
Já com a aprovação do B15, a expectativa é de mais de R$ 5 bilhões em investimentos em novas usinas e unidades de esmagamento de soja, além da criação de mais de 4 mil novos postos de trabalho, incluindo atividades de esmagamento e refino de óleo vegetal.
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