A BYD decidiu reduzir a produção de veículos em suas fábricas na China. Segundo a agência Reuters, a montadora cancelou turnos noturnos e diminuiu em até um terço a sua operação em algumas unidades. Além disso, a marca suspendeu os planos de instalação de novas linhas de produção. As medidas acontecem em meio ao aumento do estoque.
No mês passado, a BYD já havia adotado outra estratégia para resolver o problema, promovendo grandes descontos em 22 modelos. Na ocasião, algumas concessionárias estavam vendendo os veículos com descontos de até 53 mil yuans (aproximadamente R$ 41 mil). Mesmo assim, muitos carros estão no estoque.
A principal questão não está nas vendas. De acordo com o China EV DataTracker, a BYD vendeu 1.151.919 veículos no mercado interno entre janeiro e maio de 2025, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. O volume de exportações da empresa atingiu 374.200 unidades no mesmo período, um aumento de 112% em relação ao ano anterior.
Entretanto, o ritmo de produção da BYD está muito acelerado. Uma pesquisa realizada pela Associação de Concessionárias Automotivas da China, em maio de 2025, mostrou que as concessionárias BYD mantiveram um estoque médio de 3,21 meses. É o maior entre todas as marcas na China, com uma média de 1,38 mês.
Gambiarra
Recentemente, a mídia chinesa já havia informado que a BYD e outras montadoras estavam fazendo uma gambiarra para driblar esta crise. Segundo a imprensa local, diversas fabricantes estão registrando veículos 0 km como usados para atingir metas e esvaziar o estoque.
Para resolver a questão do estoque, as marcas estão registrando os automóveis novos como vendidos, normalmente para concessionárias afiliadas ou plataformas terceirizadas. Assim, eles acabam sendo negociados por um preço 30% menor referente ao da tabela.
Além de ajudar as montadoras com as metas e o estoque, a manobra permite que as concessionárias se desfaçam do estoque não vendido e, em alguns casos, aproveitem subsídios ou políticas de exportação vinculados ao status do registro do veículo.
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