Um estudo recente indica que o uso de telas touchscreen nos carros modernos pode comprometer seriamente a atenção do motorista e a segurança ao volante.
A pesquisa, conduzida pela University of Washington em parceria com o Toyota Research Institute, analisou como a interação com sistemas multimídia afeta o desempenho na direção e concluiu que tarefas aparentemente simples exigem mais atenção do que muitos condutores imaginam.
O levantamento utilizou um simulador de direção de alta fidelidade para reproduzir situações urbanas reais. Durante os testes, os participantes precisaram executar comandos comuns na central multimídia, como navegar por menus e ajustar funções enquanto dirigiam.
Sensores acompanharam movimentos dos olhos e das mãos, além de respostas fisiológicas associadas ao esforço mental, permitindo aos pesquisadores medir a carga cognitiva envolvida nessas interações.
Os resultados são claros: ao usar a tela sensível ao toque enquanto dirigiam, os motoristas apresentaram queda acentuada na precisão e na velocidade de interação com o sistema, além de piora no controle do veículo. A variação de trajetória aumentou de forma relevante, sinalizando maior dificuldade em manter o carro na faixa e reagir adequadamente ao ambiente ao redor.
Segundo os autores do estudo, o problema não está apenas no tempo em que o motorista tira os olhos da via, mas no esforço mental exigido para localizar funções em menus complexos. Diferentemente de botões físicos, que podem ser apertados pelo tato, as telas demandam atenção visual constante, o que amplia o risco de distração mesmo em tarefas rápidas.
Diante desse cenário, os pesquisadores defendem uma revisão no design das interfaces automotivas. Entre as sugestões estão a redução da profundidade dos menus, a priorização de comandos mais simples para funções essenciais e o desenvolvimento de sistemas capazes de adaptar sua complexidade conforme a carga de atenção do motorista.
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