A Lei "Combustível do Futuro", elaborada pelo governo federal e aprovada pelo Congresso Nacional, entra em vigor nesta sexta-feira (1º). Desta forma, a mistura obrigatória de etanol na gasolina aumenta de 27,5% para 30% (E30), enquanto a do biodiesel no diesel sobe de 14% para 15% (B15). Abaixo, o Portal Vrum mostra quais são os impactos esperados da medida.
Bolso do consumidor
Um dos objetivos da lei é, de fato, baratear o preço dos combustíveis. O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, declarou que o governo pretende, com a medida implementada, uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina vendida nos postos de combustíveis.
Alguns especialistas do mercado, entretanto, acreditam que o preço do etanol vai subir proporcionalmente, fazendo com que a redução seja imperceptível para o consumidor.
Mistura vai estragar os carros?
Cerca de 85% dos modelos vendidos no Brasil são flex, preparados para usar álcool e gasolina. Assim, eles não devem sofrer impacto algum com a medida.
Uma porcentagem pequena é formada por carros novos e antigos que "queimam" apenas gasolina. Entre os veículos atuais, todos importados, eles estão preparados para essa mistura sem maiores problemas.
Já alguns modelos antigos não foram projetados para utilizar uma gasolina com maior percentual de etanol. Esse aumento na concentração de álcool pode causar o desgaste de alguns materiais, principalmente borrachas e elastômeros, que podem corroer. Os próprios sensores podem não reconhecer o combustível e apresentarem falhas.
E para o Brasil?
A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera um resultado positivo em várias frentes. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com a implementação da nova lei, o Brasil volta a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos e reduz a necessidade de importação de diesel.
Além de ampliar o uso de fontes renováveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, o E30 deve gerar um excedente exportável de cerca de 700 milhões de litros de gasolina por ano, segundo o governo federal. A medida também deve resultar na criação de mais de 50 mil empregos e em investimentos superiores a R$ 10 bilhões na cadeia produtiva de etanol.
No caso do B15, a medida contribui diretamente para a descarbonização do transporte pesado. Estão previstos mais de R$ 5 bilhões em novos investimentos em usinas e unidades de esmagamento de soja, além da geração de mais de 4 mil postos de trabalho.
Com o B15, cerca de 5 mil novas famílias da agricultura familiar devem ser incorporadas ao Programa Selo Biocombustível Social, gerando incremento estimado de R$ 600 milhões na renda dos produtores rurais.
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