O mercado de veículos elétricos está em crescimento no mundo, mas ainda há dois fatores que preocupam os motoristas: o preço e o risco de incêndio. Quanto ao primeiro item, há expectativa de redução dos valores nos próximos anos. Já no quesito segurança, as fabricantes das baterias elétricas estão cada vez mais avançadas.
Na semana passada, a chinesa CATL, maior produtora de baterias para veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia do mundo, anunciou um produto que pode ser considerado "o mais seguro do mundo" para os EVs. Isto porque a nova bateria foi a primeira a atender à mais recente norma nacional de segurança chinesa, conhecida como "Sem Fogo, Sem Explosão".
A exigência, na prática, entrará em vigor a partir de 1º de julho de 2026. A nova norma altera o requisito do teste de difusão térmica e exige que as baterias não incendeiem ou explodam durante eventos de descontrole térmico. Assim, para o carro ser aprovado, a fumaça gerada pela bateria não deve causar danos aos ocupantes do veículo.
Além disso, o sistema de segurança da China passará a exigir novos testes. O primeiro é o de impacto no fundo, que visa avaliar a capacidade de proteção da bateria. O segundo exige que a bateria resista a 300 ciclos de carga rápida sem incêndio ou explosão durante os testes subsequentes de curto-circuito.
A CATL, com sua bateria chamada Qilin, passou por todas as etapas e já ganhou o certificado de segurança. Segundo a empresa chinesa, seu produto possui uma estrutura de suporte de carga estável e proteção aprimorada contra fuga térmica. A inspeção do teste foi feita pela China Automotive Technology & Research Center (CATARC), grupo responsável por realizar testes de avaliação de colisão e segurança na China.
Atualmente, a CATL lidera a fabricação de baterias para carros elétricos, equipando mais de 18 milhões de veículos em todo o planeta. Seus produtos são utilizados por diversas marcas renomadas, como Aito, Zeekr, Li Auto, Xiaomi, Neta, Avatr, Lotus e outras.
Carros elétricos são mais perigosos?
Contrariando as preocupações iniciais, estudos revelam que os carros elétricos têm uma incidência menor de incêndios em comparação com veículos tradicionais movidos a gasolina ou diesel. Segundo a National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos, o risco de incêndio em carros elétricos é 60 vezes menor do que em veículos convencionais. Esse dado é respaldado por uma média de 25 incêndios entre 100 mil carros elétricos relatados em 2023, contra 1.530 em veículos a combustão.
Apesar da menor ocorrência, os incêndios em veículos elétricos apresentam um desafio particular. Quando em combustão, as baterias liberam substâncias tóxicas, incluindo gás carbônico e metais pesados. A estrutura das baterias favorece um "efeito dominó", intensificando o fogo através dos módulos da bateria. Essa característica contribui para a rápida propagação das chamas para veículos próximos, complicando o combate ao incêndio.
Além disso, após a contenção do fogo, os veículos elétricos precisam de monitoramento contínuo, já que há riscos de reativação das chamas até semanas após o incidente. Tal cuidado justifica a prática de declarar perda total para veículos envolvidos nesses incidentes por razões de segurança.
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