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Motorista distraído - O segredo da chave perdida

Sistema eletrônico de imobilização do motor inibe furto e exige atenção, mas já é possível fazer nova chave de ignição nas concessionárias e no mercado paralelo

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Segundo Pedercini, software específico permite codificar chave

Perder as chaves do carro é sinônimo de transtorno. Se souber onde estão as chaves reservas é preciso ir buscá-las, para abrir o veículo, o que, em caso de viagem ou longa distância, torna a tarefa penosa. Mas se com a chave de uso, as reservas também sumirem, é preciso fazer outras. O que dificulta a cópia são os sistemas que imobilizam a ignição do motor, existentes em praticamente todos os automóveis, mas não impedem que a nova chave seja produzida, pois há empresas com capacidade de executar a tarefa. O diretor do Chaveco, Max Perdecini, explica que a abertura do veículo é um ato mecânico e não há impedimento para ser realizado em nenhum modelo. Porém, os imobilizadores exigem que as chaves tenham um microchip. Somente a máquina para a produção dessa chave de abertura mecânica, sem a ignição do motor, custa R$ 30 mil, explica Perdecini. Além disso, é preciso ter os equipamentos e softwares usados pelas montadoras para a codificação correta das chaves. "Isso acabou com a possibilidade de ligação direta. É preciso fazer a leitura do sistema para programar o novo microchip", explica.

Mistério
De acordo com Perdecini, só não é possível abrir modelos da Mercedes-Benz e BMW. Porém, existem empresas que trabalham para descobrir o segredo da tecnologia dos fabricantes e liberá-lo para o mercado. Mas, se depender das duas alemãs, os chaveiros não terão facilidade. Segundo a BMW, desde 1995 a chave é produzida somente pela matriz, com um transponder, que pode ser codificado apenas pela rede oficial de concessionárias, “por questão de segurança”. Já a Mercedes-Benz explica que a única forma de abrir o carro e fazer o motor funcionar, caso as duas chaves sejam perdidas, é providenciando a terceira cópia, encomendada via concessionária e que custa R$ 775 para o Classe A e entre R$ 1,6 mil e R$ 1,9 mil para os outros modelos.

Para o diretor do Chaveco, os carros Honda são exemplos que têm chaves complicadas de produzir e cujo o software só foi dominado recentemente. Os serviços mais baratos são da família Palio e Uno, da primeira geração, que tem a chave vermelha entre as reservas: cerca de R$ 60. O mais caro é da Mitsubishi L200: cerca de R$ 1,2 mil. Os preços variam dependendo da marca e modelo. Alguns exemplos: Fiat Stilo (R$ 550) e Audi TT (R$ 900).

Autorizada
Além dos chaveiros, a opção - geralmente mais cara - são as revendas autorizadas. Algumas, inclusive, terceirizam o serviço de chaveiros para cópias das chaves e dos chips. O gerente de oficina da concessionária Ford Pisa, Giovanni Resende Oliveira, explica que o sistema da Ford é chamado de Pats. Nele, cada jogo de chave tem um transponder que é codificado para o carro e, caso o cliente perca as chaves, é preciso fazer uma nova, sem o segredo, produzida por chaveiro terceirizado. Depois da produção da chave a outra etapa é codificá-la. "Temos um equipamento que faz o diagnóstico e tem acesso ao modo de controle do veículo para gerar o código correto", explica Giovanni. Depois de codificada, o consumidor deve levar também a chave reserva para que seu código seja apagado e posto o idêntico da nova chave. Todo o processo leva cerca de uma hora e meia para ser realizado e, no caso do Fiesta ou EcoSport, custa aproximadamente R$ 140.

O processo da Fiat é diferente, explica o supervisor técnico da concessionária Fiat Strada, Washington Luís Moraes. Existem duas gerações do Fiat Code, como é chamado o sistema da montadora. A primeira conta com três chaves e o cartão, sendo duas chaves azuis e uma vermelha. Caso o cliente perca uma das chaves azuis, precisa levar o cartão ou a chave vermelha para codificar uma nova. Porém, se perder tudo, é preciso trocar o jogo de cilindro (segredo). "Em alguns casos, é preciso trocar também a central de injeção e a central do Code", explica Moraes.

Segurança
Moraes reconhece que é possível encontrar opções mais baratas no mercado, mas ressalta que é preciso ter certeza da idoneidade da empresa. "Quando a chave é clonada, o chaveiro entra na central e copia o código, por isso o segredo deixa de existir", afirma. No caso da segunda geração do Fiat Code, existem apenas as duas chaves azuis e o cartão. Se os dois forem perdidos, é preciso levar o documento do veículo à concessionária e assinar um termo dizendo que deseja outra chave. Faz-se então o pedido à fábrica e em dois dias a nova chave chega à concessionária.