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Motor - Fiat (também) quer comprar a Tritec

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Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Além de chineses, russos e General Motors, a Fiat é forte candidata à compra da Tritec, fábrica de motores em Campo Largo, no Paraná (acima).

A Tritec é uma joint-venture entre a BMW e a Chrysler, criada em 1997, com inversão de recursos na ordem de U$ 500 milhões para estabelecer planta destinada à fabricação de motores 1.4 e 1.6. A produção foi iniciada em janeiro de 2000, toda destinada à exportação para modelos da Chrysler (PT Cruiser e Neon), BMW (Mini Cooper) e alguns chineses. Com a compra da Chrysler pela Daimler-Benz, arqui-rival da BMW, a Tritec virou problema para os sócios. Em 2003, a BMW anunciou que sairia da empresa e, em 2007, vendeu sua participação (de 50%) para o grupo Chrysler, que já não pertencia mais à Daimler. Os motores do Mini Cooper passaram a ser produzidos na Inglaterra por uma associação entre a BMW e a Peugeot.

Em julho de 2007, a Tritec parou sua linha de produção e o grupo Chrysler passou a estudar o futuro da fábrica. Houve propostas da Lifan, uma das empresas chinesas que recebia seus motores, dos russos da GAZ e AutoVaz e até a General Motors do Brasil se interessou em adquirir a Tritec, que tem instalações capazes de produzir cerca de 300 mil motores anualmente.

A última investida de peso junto à Chrysler foi da Fiat Automóveis, que não tem capacidade instalada suficiente para suprir suas necessidades. É por isso que ainda adquire motores 1.8 da General Motors para vários modelos de sua linha. Além dos modernos propulsores 1.4 e 1.6, a Tritec desenvolve um 1.8 que seria um perfeito substituto para o da GM. Aliás, as duas montadoras brasileiras estão de olho na Tritec pois ambas necessitam de maior quantidade e qualidade de motores de cilindrada média. O 1.8 da GM é antigo e beberrão. A Fiat, por exemplo, chegou a desenvolver um motor 1.9 na Argentina utilizando componentes de antigos propulsores 1.6. Com a evolução das negociações entre italianos e norte-americanos, a engenharia de Betim já estaria adiantando projetos para acoplar o motor Tritec em seus automóveis.

Fábrica de motores é um complicado calcanhar-de-aquiles nas fábricas de automóveis e a desativação da Tritec no Paraná cai como uma luva para resolver esse problema da Fiat. Ou a GM ainda está no páreo?