Distantes da realidade nacional até pouco tempo atrás, as tecnologias de segurança ativa avançam rapidamente nos carros vendidos no Brasil e passam a ocupar papel central na prevenção de acidentes. Sistemas como frenagem automática de emergência, controle eletrônico de estabilidade, alerta de colisão e assistentes de permanência em faixa se tornam cada vez mais comuns, impulsionados por protocolos internacionais mais rigorosos e por mudanças nos critérios de avaliação de segurança.
Em um país que ainda convive com números alarmantes de violência no trânsito, com mais de 30 mil mortes por ano, segundo dados da OMS, a promessa dessas tecnologias vai além do conforto eletrônico. Elas atuam antes do impacto, tentando evitar o acidente ou reduzir suas consequências.
Para Marco Antônio Correia Faleiro, técnico automotivo especialista em diagnóstico eletrônico e reparo avançado de sistemas veiculares, o avanço é positivo, mas traz uma nova camada de responsabilidade para o setor.
Segundo ele, sensores, câmeras e módulos eletrônicos exigem precisão quase cirúrgica. Um para-brisa trocado sem recalibração ou um ajuste de suspensão feito fora do padrão já são suficientes para comprometer o funcionamento dos sistemas.
Marco observa que a popularização da segurança ativa está redesenhando o ambiente das oficinas. O reparo deixa de ser apenas mecânico e passa a depender de diagnóstico eletrônico, equipamentos específicos e profissionais capacitados. Não se trata apenas de consertar, mas de garantir que o carro continue “enxergando” o ambiente ao redor como foi projetado para fazer.
Do lado do motorista, o desafio é outro. Pesquisas mostram que muitos condutores ainda não compreendem plenamente como esses assistentes funcionam ou até onde vão suas limitações. Isso cria uma falsa sensação de segurança, justamente o oposto do que a tecnologia se propõe a oferecer.
A entrada definitiva dos sistemas de segurança ativa aproxima o Brasil de mercados mais maduros, mas deixa claro que tecnologia, sozinha, não resolve o problema. Em resumo, a eficiência desses recursos depende tanto da inteligência eletrônica quanto da inteligência humana. É nesse equilíbrio que a segurança veicular começa, de fato, a avançar.
Nesse cenário, a segurança ativa também redefine a relação entre indústria, oficinas e consumidores. À medida que sensores e assistentes deixam de ser exceção e passam a integrar o padrão dos veículos, cresce a necessidade de informação, manutenção especializada e uso responsável. Indo além de um diferencial tecnológico, esses sistemas se consolidam como parte essencial da segurança viária.
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