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Gasolina premium: quando faz diferença e quando é dinheiro jogado fora

Diferenças na combustão, impacto em componentes e efeitos no uso diário definem quando a premium faz sentido

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Bico de bomba de gasolina abastecendo o tanque
Bico de bomba de gasolina abastecendo o tanque Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

A oferta cada vez maior de combustíveis premium nos postos brasileiros têm despertado a curiosidade de motoristas interessados em mais desempenho, economia e durabilidade para o motor. A dúvida, porém, continua a mesma: abastecer com gasolina premium realmente faz diferença no dia a dia para qualquer veículo? A resposta depende mais do carro e da forma como ele é utilizado do que do próprio combustível.

Em veículos populares com motores flex, a diferença entre gasolina comum e premium é mínima, já que esses propulsores são ajustados para o combustível nacional, com cerca de 93 RON e até 30% de etanol. Segundo Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da Niterra do Brasil, esse é um ponto-chave para entender por que muitos motoristas não percebem mudanças no uso diário. “Nesse tipo de motor, a gasolina premium não traz ganhos perceptíveis de potência ou consumo. A calibração já é feita para o combustível brasileiro. Mesmo assim, por ter formulação mais pura, ela reduz a formação de resíduos e favorece uma combustão mais limpa”, explica.

O cenário muda quando o assunto são veículos importados, motores apenas a gasolina, conjuntos turbo ou com alta taxa de compressão. Nesses casos, Mori reforça que a octanagem mais alta faz diferença real no desempenho e na proteção do conjunto. “A gasolina premium pode chegar a 102 RON, e isso garante um funcionamento mais eficiente, evitando a chamada ‘batida de pino’ e preservando o motor contra detonação”, completa o especialista.

Carros que ficam longos períodos parados também se beneficiam da premium. A menor degradação do combustível evita entupimentos, facilita a partida após semanas sem uso e reduz o risco de formação de goma. Isso vale tanto para veículos de coleção quanto para automóveis usados apenas em viagens. Em modelos flex mais antigos, a premium é especialmente indicada no reservatório de partida a frio, já que resiste melhor à evaporação e evita falhas na hora de ligar o motor nos dias frios.

Quando combustíveis de má qualidade causam danos, a substituição de componentes como velas, cabos, bobinas e sensores é inevitável. Nestes casos, peças de reposição de fabricantes tradicionais do setor, como as linhas NGK e NTK da Niterra, costumam ser usadas por oficinas para restabelecer a confiabilidade do sistema de ignição e do controle eletrônico do motor.

No fim das contas, a gasolina premium vale a pena em motores mais exigentes ou para quem busca maior proteção a longo prazo. Para carros populares flex, abastecer com combustível de boa procedência continua sendo a escolha mais eficiente e econômica.