A Toyota deu mais um passo na corrida tecnológica das baterias ao afirmar que suas novas células de estado sólido poderão durar até 40 anos. A informação foi revelada por Keiji Kaita, presidente do Centro de Desenvolvimento de Engenharia Avançada de Carbono Neutro da montadora, durante uma conferência no Japão.
Segundo o executivo, os protótipos desenvolvidos pela Toyota são capazes de manter cerca de 90% da capacidade original mesmo após quatro décadas de uso, o que representa uma durabilidade sem precedentes no setor automotivo. Para efeito de comparação, as baterias de íons de lítio atuais costumam perder desempenho após 8 a 10 anos, período que geralmente coincide com o prazo das garantias oferecidas pelas montadoras.
As baterias de estado sólido utilizam um eletrólito sólido no lugar do líquido convencional, o que aumenta a estabilidade térmica, reduz o risco de incêndios e melhora a densidade energética — ou seja, conseguem armazenar mais energia em um espaço menor. A Toyota trabalha nessa tecnologia há mais de uma década e planeja estreá-la em veículos híbridos antes de aplicá-la em modelos totalmente elétricos.
Apesar do otimismo, Kaita reconhece que o custo de produção ainda é elevado, o que pode limitar o uso em larga escala nos primeiros anos. Mesmo assim, a empresa acredita que a durabilidade e a eficiência energética compensarão o investimento inicial, tornando as novas baterias mais sustentáveis e econômicas a longo prazo.
A Toyota é uma das marcas mais cautelosas em relação à eletrificação total e vem apostando em uma transição gradual, com foco em híbridos, híbridos plug-in e, futuramente, elétricos de nova geração. Com a promessa de uma vida útil de 40 anos, as baterias de estado sólido podem não apenas revolucionar o mercado de veículos elétricos, mas também reduzir drasticamente o impacto ambiental do descarte de células usadas.
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