O consumo de energia elétrica por veículos elétricos e híbridos plug-in no Brasil disparou nos últimos anos, passando de 14 GWh em 2020 para 309 GWh em 2024, um aumento superior a 20 vezes, de acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) 2025. O crescimento acompanha a expansão da frota de veículos eletrificados, que passou de cerca de 1,9 mil unidades em 2020 para mais de 215 mil unidades em 2024.
O aumento da frota é puxado principalmente pelos automóveis, que representam mais de 90% do total, enquanto o restante é composto por veículos leves, ônibus e caminhões elétricos ou híbridos plug-in. Esse movimento marca uma mudança significativa no setor de transportes, que agora começa a integrar oficialmente o consumo elétrico na matriz energética nacional.
Segundo o BEN 2025, essa é a primeira vez que o consumo de eletricidade do transporte rodoviário aparece nos registros oficiais, refletindo a consolidação da mobilidade elétrica como componente relevante da matriz energética brasileira. A eletrificação do transporte é favorecida pela matriz elétrica do país, que é majoritariamente renovável: em 2024, 88,2% da eletricidade gerada vinha de fontes limpas, com destaque para hidrelétricas, eólicas e solares.
Apesar dos avanços, a expansão da frota elétrica traz desafios para a infraestrutura elétrica, especialmente em relação à distribuição e ao atendimento de picos de demanda. A adaptação da rede será fundamental para evitar sobrecargas e garantir a estabilidade do sistema, assim como políticas públicas que incentivem a instalação de estações de recarga, regulem tarifas e fomentem tecnologias de armazenamento de energia.
O crescimento expressivo da frota elétrica e do consumo associado também aponta para tendências futuras: a eletricidade deve ganhar cada vez mais participação no setor de transportes nos próximos anos, acompanhando a adoção de veículos híbridos plug-in, elétricos puros e soluções de recarga rápida.
Especialistas indicam que, se mantida a trajetória atual, a mobilidade elétrica deixará de ser um nicho de mercado e passará a representar parcela relevante do consumo energético nacional, com impacto direto na redução das emissões de carbono no país.
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