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Produção de veículos recua 0,8% e acende alerta no setor automotivo

Exportações crescem 51,6% no acumulado do ano, mas queda nas vendas internas preocupa montadoras

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Funcionário da Volkswagen trabalha na fábrica de São Bernardo
Funcionário da Volkswagen trabalha na fábrica de São Bernardo Foto: Reprodução/Jason Vogel

A indústria automotiva brasileira registrou um leve recuo na produção de veículos no terceiro trimestre de 2025. Segundo dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção total caiu 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado, sinalizando uma desaceleração após meses de recuperação.

O principal fator por trás da queda foi o desempenho negativo do segmento de veículos pesados, cuja produção recuou 9,4%. Ainda assim, o acumulado de janeiro a setembro mostra alta de 6% frente a 2024, indicando que o setor mantém um saldo positivo no ano.

As exportações seguem sendo o ponto de destaque: o volume enviado ao exterior cresceu 51,6% no acumulado de 2025, somando 430,8 mil unidades. A expansão das vendas internacionais tem sido fundamental para equilibrar a menor demanda interna, especialmente com a entrada de novos mercados e acordos regionais.

Fábrica de Taubaté (SP) da Volkswagen
Funcionários da Volkswagen trabalhando Foto: Divulgação/Volkswagen

Por outro lado, o cenário doméstico preocupa. As vendas internas caíram 0,4% entre julho e setembro, e acumulam retração de 8,1% no ano. O enfraquecimento da demanda interna está ligado à alta dos juros, ao crédito mais restrito e à perda de confiança do consumidor, fatores que têm reduzido o ritmo de emplacamentos desde o segundo trimestre.

Outro movimento relevante é o avanço dos veículos importados chineses, que vêm registrando recordes consecutivos de participação no mercado brasileiro. Enquanto as importações de outros países perderam força, os modelos vindos da China mantêm trajetória de alta, pressionando as montadoras locais.

O presidente da Anfavea destacou que o último trimestre do ano será decisivo para o setor, que precisará “recuperar tração” para manter o desempenho positivo no acumulado. “A base comparativa do fim de 2024 é elevada, o que torna o desafio ainda maior”, afirmou.

Mesmo com o alerta aceso, a indústria ainda conta com o bom resultado das exportações e a expectativa de novos lançamentos no quarto trimestre para encerrar 2025 com saldo positivo. O desafio, porém, será reconquistar o consumidor brasileiro — cada vez mais cauteloso e sensível ao preço.