O CEO da Ford, Jim Farley, está preocupado com a venda de carros elétricos nos Estados Unidos. No entendimento do executivo, o mercado pode arrefecer em até 50% após o governo Donald Trump revogar o crédito fiscal de US$ 7.500 e suspender os programas federais de infraestrutura de recarga - as medidas entraram em vigor nesta quarta-feira (1º).
Atualmente, as vendas de carros elétricos representam entre 10% e 12% dos emplacamentos de veículos 0 km nos EUA. Para Farley, as decisões do governo norte-americano podem derrubar este percentual para 5% nos próximos meses.
"Acredito que será um setor vibrante, mas será menor, muito menor do que pensávamos, especialmente com a mudança na política de emissões de gases de escape, além do fim do incentivo de US$ 7.500 ao consumidor", disse Farley, em evento da Ford.
"Descobriremos em um mês. Não me surpreenderia se as vendas de veículos elétricos nos EUA caíssem para 5%", acrescentou o CEO da montadora de carros, demonstrando pessimismo quanto ao futuro de elétricos nos EUA.
Em meio a este cenário, Farley disse que a Ford também terá que mudar os planos e decidir como utilizar o excesso de capacidade de veículos elétricos e suas fábricas de baterias. "Agora, a política mudou... Todos nós temos que fazer ajustes, e isso vai ser bom para o país, mas será mais um estresse", opinou.
Consequências
De fato, não é apenas a Ford que mostra preocupação. A General Motors, vale lembrar, anunciou que iria suspender a produção de dois SUVs elétricos na fábrica de Spring Hill, no Tennesse, devido às iniciativas de Trump.
Com o mercado automotivo preocupado, um levantamento da Cox Automotive apontou para um recuo nos emplacamentos dos EVs novos. Ao mesmo tempo, o estudo mostrou um maior interesse dos norte-americanos em carros elétricos usados.
Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas