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PROBLEMA DE família

Ferrari e Stellantis enfrentam batalha judicial por herança

Documento antigo pode redefinir controle da holding que comanda as montadoras

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John Elkann
John Elkann Foto: Divulgação/F1

A disputa pela herança de Gianni Agnelli, patriarca da Fiat, ganhou um novo capítulo que pode impactar diretamente a Ferrari e a Stellantis. Um documento manuscrito de 1998, apresentado recentemente em tribunal em Turim, sugere que Gianni pretendia deixar sua participação de 25% na holding Dicembre para seu filho Edoardo, falecido em 2000. Apesar disso, John Elkann herdou a participação com base em um testamento de 1996.

A defesa de Elkann argumenta que o documento de 1998 não possui validade legal, citando o acordo de 2004 que consolidou sua posição à frente da Dicembre, principal acionista da Exor, holding que controla Ferrari e Stellantis. Caso o tribunal reconheça relevância no documento, isso pode alterar a governança da Dicembre e impactar a liderança das duas montadoras.

A disputa familiar não é recente. Margherita Agnelli, mãe de Elkann, já contestou acordos anteriores em busca de uma divisão mais favorável para seus cinco filhos do segundo casamento. Em setembro de 2025, os irmãos Elkann resolveram outra controvérsia fiscal relacionada à herança da avó, Marella Caracciolo, pagando €183 milhões e cumprindo um ano de serviço comunitário após apreensão de ativos de €75 milhões.

Possíveis impactos para Ferrari e Stellantis

Se a decisão judicial favorecer Margherita Agnelli ou seus descendentes, a estrutura de controle da Dicembre pode mudar, o que teria efeitos diretos na Exor, e consequentemente na Ferrari e Stellantis. Entre os impactos possíveis estão:

  • Mudança na liderança estratégica: alterações na composição acionária poderiam resultar em troca de executivos-chave ou revisão de decisões estratégicas.

  • Atrasos em projetos e investimentos: a instabilidade na governança pode afetar planos de lançamentos de veículos, expansão de fábricas ou iniciativas de eletrificação.

  • Valorização ou desvalorização das ações: incertezas sobre o controle acionário podem gerar volatilidade no mercado, afetando os investidores da Exor e das empresas controladas.

  • Parcerias e joint ventures: acordos comerciais em andamento podem ser revisados ou renegociados se houver mudanças significativas na liderança.

O tribunal de Turim ainda analisará a validade do documento de 1998, podendo influenciar de maneira significativa o futuro estratégico da Ferrari e da Stellantis.