A Stellantis acumula um prejuízo superior a R$ 15 bilhões no primeiro semestre de 2025. O número foi revelado nesta semana em relatórios preliminares e representa uma reversão drástica em relação ao lucro de R$ 29 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
O resultado negativo é atribuído a uma combinação de fatores: tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, reestruturação de operações e queda no volume global de vendas. Segundo a montadora, o impacto das tarifas americanas sobre carros importados já gerou uma fatura de cerca de R$ 1,9 bilhão apenas nos primeiros seis meses do ano.
Além disso, a empresa anunciou o cancelamento de projetos considerados inviáveis, incluindo o de veículos com célula a hidrogênio, resultando em custos extraordinários. A decisão faz parte da estratégia de corte de gastos e realocação de investimentos para tecnologias com retorno mais imediato.
Vendas em queda
As remessas de veículos da Stellantis caíram 6% no comparativo anual, totalizando 1,4 milhão de unidades entregues globalmente. Na América do Norte, a queda foi ainda mais expressiva: 25%, em decorrência de paralisações temporárias nas fábricas do Canadá e México, o que impactou especialmente as marcas Jeep e RAM.
Com a deterioração dos resultados, a companhia suspendeu suas projeções para o ano e aguarda o fechamento do segundo trimestre para apresentar um plano de recuperação mais robusto. A divulgação completa do balanço está prevista para o dia 29 de julho.
Mudança no comando
O prejuízo acelerou as mudanças internas. Em maio, o brasileiro Antonio Filosa assumiu o cargo de CEO global da Stellantis, substituindo Carlos Tavares. A nova gestão já iniciou cortes de custos e priorizou o lançamento de modelos híbridos e a combustão, especialmente nos mercados mais afetados pelas tarifas.
“A fase é de ajuste. Estamos revisando projetos, otimizando operações e preparando uma retomada sustentável no segundo semestre”, disse Filosa em comunicado aos colaboradores.
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