Honda e Nissan, duas das principais montadoras de carros do Japão, desistiram de uma fusão no início do ano. Apesar disso, atualmente, ambas estão trabalhando para selar uma parceria pontual nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo CEO da Nissan, Ivan Espinosa, nesta quinta-feira (13).
Em entrevista ao jornal japonês "Nikkei Asia", o executivo disse que as fabricantes têm planos para se unirem no desenvolvimento de carros e motores para o mercado norte-americano. "Estamos discutindo como podemos colaborar nos EUA", declarou.
Espinosa ressaltou que as reuniões entre Nissan e Honda acontecem regularmente. "Ela são muito construtivas e positivas", classificou. Apesar disso, ele fez questão de ressaltar que a possibilidade de fusão está descartada. "Não estamos discutindo integração ou parcerias de capital", completou.
Além da produção de carros e motores, as empresas também podem atuar no desenvolvimento de softwares. A parceria volta a ser discutida após o presidente Donald Trump aumentar de 2,5% para 15% a taxa sobre veículos importados do Japão - o percentual chegou a 27,5% antes da renegociação.
Com as novas tarifas, a Nissan projeta uma redução em seus lucros de aproximadamente US$ 1,8 bilhão (na cotação atual, R$ 9,5 bilhões), enquanto a Honda se prepara para um impacto de US$ 5,42 bilhões (R$ 28,6 bilhões).
Em meio a este contexto, Espinosa acredita num desfecho positivo. "O bom é que ambas as empresas têm uma presença ótima nos EUA – em termos de produção, rede de fornecimento e engenharia. Temos muitas opções para explorar", avaliou.
A Nissan, vale lembrar, vive uma crise sem precedentes. No último ano fiscal, a montadora registrou um prejuízo de US$ 5 bilhões, seu pior resultado na história. Justamente por isso, a empresa planeja uma demissão de 20 mil empregados, além do fechamento de fábricas.
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