O incêndio no navio Morning Midas, que transportava cerca de 3 mil carros da China com destino ao México, intrigou milhares de pessoas nas redes sociais. Isto porque, mesmo seguindo os protocolos, a tripulação não conseguiu apagar o fogo, que teve origem em um convés com veículos elétricos. Afinal, por que é tão difícil conter as chamas nos EVs?
No caso do cargueiro abandonado em alto-mar, no Oceano Pacífico, a cerca de 480 km ao sul da Ilha de Adak, no Alasca, o difícil acesso é um dos fatores. Porém, especialistas afirmam que, independente da localização, apagar um veículo elétrico é muito mais complicado do que um automóvel movido a gasolina, etanol ou diesel.
Os incêndios em veículos elétricos apresentam um desafio particular. Quando em combustão, as baterias de lítio liberam substâncias tóxicas, incluindo gás carbônico e metais pesados. A estrutura das baterias favorece um "efeito dominó", intensificando o fogo através dos módulos da bateria. Essa característica contribui para a rápida propagação das chamas para veículos próximos, complicando o combate ao incêndio.
Além disso, após a contenção do fogo, os veículos elétricos precisam de monitoramento contínuo, já que há riscos de reativação das chamas até semanas após o incidente. Tal cuidado justifica a prática de declarar perda total para veículos envolvidos nesses incidentes por razões de segurança.
Apesar desses riscos, segundo a National Transportation Safety Board (NTSB) dos Estados Unidos, o risco de incêndio em carros elétricos é 60 vezes menor do que em veículos convencionais. Esse dado é respaldado por uma média de 25 incêndios entre 100 mil carros elétricos relatados em 2023, contra 1.530 em veículos a combustão.
Como a tecnologia atual pode reduzir o risco?
À medida que os fabricantes buscam mitigar os riscos, modelos mais modernos de baterias, como as do tipo Blade, prometem maior segurança. Essas baterias são projetadas para reduzir a liberação de calor e não emitem oxigênio durante a fuga térmica, características que diminuem drasticamente as chances de incêndios. Modelos como o Song Pro da BYD já utilizam essa tecnologia, que vem sendo considerada por outras gigantes do setor como Toyota e Tesla.
A adoção cada vez mais ampla de baterias anti-chamas sinaliza um compromisso da indústria automotiva em aperfeiçoar a segurança dos veículos elétricos. Com inovações contínuas, espera-se uma redução ainda maior no risco de incêndios, contribuindo para a aceitação e confiança dos consumidores nos carros elétricos como uma opção segura e viável para o futuro.
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