A partir de janeiro de 2026, o aumento do ICMS sobre combustíveis deve elevar os preços da gasolina e do diesel em todo o país. A decisão, publicada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no Diário Oficial, atualiza as alíquotas estaduais com base nos preços médios da ANP entre fevereiro e agosto de 2025. A gasolina terá acréscimo de R$ 0,10 por litro, chegando a R$ 1,57; no diesel, o imposto sobe R$ 0,05 e passa a R$ 1,17. O gás de cozinha também sofrerá reajuste, com aumento de R$ 1,05 por botijão.

Segundo o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), o reajuste reflete variações recentes do mercado. Para consumidores e transportadores, o efeito deve ser imediato, já que os postos tendem a repassar rapidamente o novo custo. De acordo com Vitor Sabag, especialista em combustível do Gasola by nstech, o impacto recai tanto sobre motoristas de veículos leves quanto sobre o setor de transporte, altamente dependente do diesel. No médio e longo prazo, o frete deve sentir mais pressão, já que o Brasil utiliza majoritariamente o modal rodoviário.

O monitoramento do Gasola mostra alta de 3% no diesel em 2024 e queda acumulada de cerca de 1% em 2025. Sabag avalia que o aumento do ICMS deve neutralizar essa redução e que uma nova sequência de quedas em 2026 dependeria de uma combinação improvável: dólar mais baixo e barril de petróleo em retração.

O ano eleitoral tende a ampliar a instabilidade, já que combustíveis são sensíveis à política de preços da Petrobras e às decisões do governo. Para as transportadoras, especialistas recomendam reforçar a gestão de abastecimento, negociar condições com fornecedores e revisar rotas para mitigar perdas.

Com o transporte rodoviário predominante no país, a elevação do ICMS deve resultar em fretes mais altos e, posteriormente, maior pressão sobre o preço final de produtos. O início de 2026 será marcado por custos crescentes e novos desafios para empresas e motoristas.