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Mecânicos em Alta

Mecânico é o principal consultor em 76% das compras de veículos

Pesquisa inédita revela a força do reparador: custo de manutenção e confiabilidade batem preço e design na hora da decisão do consumidor brasileiro

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Mercado de automóveis usados demanda de cuidado extra na hora de escolher um veículo
Mercado de automóveis usados demanda de cuidado extra na hora de escolher um veículo Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Se você está pensando em trocar de carro, o seu primeiro passo provavelmente não será o test drive na concessionária, mas sim uma conversa no balcão da sua oficina mecânica de confiança. É o que revela uma pesquisa da Oficina Brasil: 76% dos veículos comprados no país tiveram a indicação direta do mecânico de confiança.

O dado não apenas choca o setor de vendas, como também estabelece uma nova dinâmica no mercado automotivo. O mecânico deixou de ser apenas o responsável pela reparação do veículo, para se tornar o principal consultor de pré-compra do consumidor brasileiro.

A pesquisa demonstra que a decisão de compra está sendo guiada pela economia e pela praticidade de longo prazo, e não mais pelo apelo emocional. A oficina é o local onde o consumidor tem contato direto com a "ficha técnica da manutenção" de um veículo.

“Quando a família pensa em comprar um carro, o primeiro consultor é o reparador. Ele compara versões, avalia custos de manutenção e aponta o melhor custo de propriedade. Esse protagonismo já mudou o funil de vendas e exige novas estratégias de relacionamento”, explica André Simões, diretor-executivo da Oficina Brasil.

Esse conhecimento prático é o que confere credibilidade ao profissional. O reparador sabe exatamente quais carros usam peças caras, quais dão retorno constante para reparos de suspensão e quais têm maior disponibilidade de componentes no mercado “aftermarket”, que movimenta anualmente R$60 bilhões no Brasil.

A força do mecânico é construída sobre um alicerce sólido: a confiança. Os dados da pesquisa mostram a prioridade do consumidor:

  • Qualidade (54%)

  • Confiança na marca (27%)

O preço, por sua vez, é citado como fator principal por apenas 4%. Isso significa que o consumidor prefere investir um pouco mais em um veículo que sabe, por experiência de seu mecânico, que será confiável e não dará despesas inesperadas no futuro. A indicação do profissional de manutenção, portanto, vale mais do que qualquer desconto.

Com mais de 74 mil oficinas no país, o reparador é um especialista em campo. Cada CNPJ atende, em média, 123 veículos por mês e gasta cerca de R$ 67,6 mil em autopeças. Esse volume de serviço é a fonte de autoridade do mecânico.

A demanda por peças é concentrada em itens de manutenção essencial. Os componentes mais vendidos nas oficinas são:

  1. Lubrificantes de motor (especialmente para motores turbo)

  2. Filtros (óleo, ar, combustível e cabine)

  3. Freios (pastilhas e discos)

  4. Suspensão (amortecedores, buchas e coxins)

  5. Ignição e Injeção (velas, bobinas e bicos)

  6. Correias e tensionadores

A especificação e aprovação dessas peças é o que credencia o profissional. Ele não só sabe quais componentes quebram, mas também quais marcas são mais duráveis e mantêm a confiabilidade e o valor de revenda do carro.

Em um mercado cada vez mais técnico e com modelos complexos, o reparador se torna o elo vital entre a indústria e o consumidor, provando que, para vender um carro, o caminho mais rápido passa, inegavelmente, pela porta da oficina.