A China anunciou que passará a exigir licença de exportação para veículos elétricos puros (EVs) a partir de 1º de janeiro de 2026, em uma tentativa de reforçar padrões de qualidade e proteger a imagem das marcas locais no exterior. A medida foi divulgada pelo Ministério do Comércio e outras agências do governo, e se aplicará a todos os carros elétricos novos destinados ao mercado internacional.
Segundo as autoridades, o objetivo é evitar que veículos exportados por canais não autorizados ou sem suporte pós-venda adequado cheguem a outros países, comprometendo a confiança dos consumidores e a reputação da indústria chinesa. Há casos em que modelos foram enviados como “usados” para burlar regras alfandegárias, além de exportações de baixo custo que geraram reclamações por falta de garantia ou assistência técnica.
O novo sistema de controle prevê que apenas fabricantes ou empresas autorizadas poderão solicitar a licença, e todos os veículos passarão por inspeções aduaneiras obrigatórias antes de deixar o país. O governo também pretende coibir a chamada “guerra de preços” em mercados estrangeiros, onde carros chineses chegam a valores muito baixos, pressionando concorrentes e reduzindo margens de lucro.
A decisão vem em um momento de expansão das exportações chinesas: em 2024, o país enviou cerca de 5,5 milhões de veículos ao exterior, quase 40% deles elétricos puros. Apenas entre janeiro e agosto de 2025, já foram exportados 1,44 milhão de EVs, um crescimento de aproximadamente 27% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Embora os detalhes sobre os critérios para concessão das licenças ainda não tenham sido divulgados, a expectativa é que as regras obriguem as fabricantes a oferecer garantias claras, rede de assistência e fornecimento de peças nos mercados onde atuam. Para marcas que já têm presença internacional estruturada, a medida pode consolidar a confiança dos consumidores; já para exportadores menores e intermediários, o impacto deve ser mais severo.
Com isso, a China busca equilibrar sua liderança global em veículos elétricos com um modelo de crescimento mais sustentável, no qual quantidade não se sobreponha à qualidade e ao suporte oferecido aos compradores no exterior.
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