A JLR (Jaguar Land Rover) tem um grande problema para resolver. O conglomerado britânico nunca foi conhecido por ter uma saúde financeira de excelência, e o ataque hacker do início do mês piorou ainda mais a situação da marca, que não sabe a localização de 40 mil carros.
Segundo o Automotive News Europe, os 40 mil veículos foram produzidos antes do ataque cibernético e ainda não tinham sido entregues aos compradores. Desde o dia 31 de agosto, a marca teve seus servidores internos invadidos por um grupo de criminosos virtuais.
Como consequência, os concessionários não conseguem mais registrar pedidos de carros novos, e as fábricas da marca estão com as atividades suspensas. Normalmente, a JLR produz cerca de 1.000 carros por dia. A maior parte dos modelos afetados são da Land Rover, uma vez que a Jaguar produz apenas o SUV F-Pace, mas em baixo volume, já que se prepara para a transição elétrica. No Brasil, a marca já não oferece mais carros zero km.
Prejuízo milionário
Segundo especialistas ouvidos pela BBC e pela revista Autocar, a JLR pode estar sofrendo prejuízo entre os 5 milhões de libras (R$ 36 milhões) até 10 milhões de libras (R$ 72,6 milhões) por dia.
Quem também sofre é a cadeia de fornecedores da JLR. Segundo especialistas, é provável que muitas empresas que fornecem componentes sofram problemas financeiros gravíssimos, podendo até falir. Fontes britânicas afirmam que um dos fornecedores da JLR já demitiu 40 funcionários, quase metade do quadro de funcionários.
Governo britânico pode intervir
Com a expansão dos problemas para empresas além da JLR, a crise já chegou até mesmo ao parlamento britânico, que busca uma forma de salvar os empregos e salários dos funcionários da cadeia de fornecedores da JLR, visto que não há prazo para retomada das atividades.
Suspensas desde a primeira semana de setembro, as atividades nas fábricas da JLR estão previstas para serem retomadas no dia 24 de setembro, mas a data pode ser postergada.
Além de afetar a produção de carros novos, esse ataque cibernético também afetou a parte de manutenção dos carros já existentes no mercado e também a parte de seminovos certificados, uma vez que os mecânicos das concessionárias não conseguem acessar os sistemas internos.
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