O mercado automotivo dos Estados Unidos vive um cenário preocupante com o aumento expressivo do endividamento dos consumidores. Segundo levantamento divulgado pela Bloomberg, a soma das dívidas com financiamentos de veículos já ultrapassa US$ 1,66 trilhão, valor recorde que coloca em alerta especialistas do setor financeiro e remete a temores de uma nova crise semelhante à de 2008.
O crescimento acelerado das dívidas está diretamente ligado aos preços cada vez mais altos dos automóveis, ao aumento das taxas de juros e ao encarecimento do crédito no país. Como consequência, o valor médio das parcelas disparou, pressionando a renda das famílias norte-americanas.
Outro ponto crítico é o avanço da inadimplência. O número de consumidores que deixaram de pagar seus financiamentos atingiu níveis inéditos na última década, com destaque para a faixa etária entre 18 e 40 anos, a mais afetada pela alta do custo de vida. Segundo analistas, parte desse público tem priorizado despesas básicas, como moradia e alimentação, em detrimento do pagamento do carro.
O cenário reacende memórias da crise do subprime, em 2008, quando o excesso de crédito e o aumento da inadimplência provocaram uma forte recessão global. Embora especialistas ressaltem que a situação atual ainda não tem a mesma dimensão, o endividamento recorde no setor automotivo é considerado um sinal de alerta para a economia norte-americana.
Fabricantes e concessionárias, por sua vez, acompanham o movimento com cautela, já que a pressão sobre o crédito pode impactar diretamente as vendas nos próximos anos. A expectativa é que medidas de incentivo e flexibilização no financiamento sejam discutidas para evitar um efeito dominó no mercado.
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