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Aston Martin quer vender participação na F1 por US$ 146 milhões

Marca britânica enfrenta crise financeira, revê projeções e analisa saída da bolsa para garantir sobrevivência

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AMR25 é o carro da temporada 2025 da Aston Martin
AMR25 é o carro da temporada 2025 da Aston Martin Foto: Divulgação

A Aston Martin anunciou a intenção de venda de sua participação de 4,6% na equipe de Fórmula 1 por US$ 146 milhões (cerca de R$ 790 milhões). A medida ocorre em meio a um cenário desafiador para a marca britânica, que reviu suas previsões financeiras para 2025 e agora espera apenas alcançar o equilíbrio operacional (break even) até o final do ano, em vez de registrar lucro.

A operação representa mais uma tentativa de garantir fôlego à divisão de carros de passeio, impactada por tarifas nos Estados Unidos e pela demanda enfraquecida na China. Apesar da venda, a escuderia continuará a se chamar Aston Martin Aramco Formula One Team, graças a um acordo comercial de longo prazo. A equipe, que já foi conhecida como Racing Point e Force India, mantém sua estrutura inalterada.

Aston Martin DBS
Aston Martin DBS Foto: Divulgação

Além da venda na Fórmula 1, o consórcio Yew Tree Investments — liderado por Lawrence Stroll, acionista majoritário da fabricante — anunciou um novo aporte que elevará sua participação na Aston Martin de 27,67% para 33%. Somadas, as duas injeções de capital devem assegurar a continuidade das operações até o fim de 2025, segundo a empresa.

Diante da queda expressiva no valor de mercado, analistas apontam que a Aston Martin pode optar por fechar seu capital. Em entrevista ao portal britânico CityAM, o analista Orwa Mohamad, da consultoria Third Bridge, afirmou que a transformação da montadora em empresa de capital fechado está sendo considerada como uma forma de simplificar a estrutura de propriedade, atrair parceiros estratégicos e reduzir custos administrativos.

A fabricante abriu seu capital em 2018, com ações cotadas a US$ 25,30, avaliando a empresa em US$ 5,76 bilhões. Hoje, os papéis valem apenas US$ 0,94, o que representa uma avaliação de cerca de US$ 1,01 bilhão, segundo dados da Hagerty.

Valhalla é o mais novo supercarro da Aston Martin e traz motorização híbrida plug-in
Valhalla é o mais novo supercarro da Aston Martin e traz motorização híbrida plug-in Foto: Divulgação/Aston Martin

Internamente, a Aston Martin vem tomando medidas para cortar custos e otimizar a cadeia de suprimentos, mas a recuperação da margem bruta não deve ocorrer antes de 2027. Por outro lado, o perfil dos clientes da marca — compradores do segmento ultraluxo — oferece uma camada de proteção contra as oscilações econômicas. Segundo Mohamad, esse público tende a ser menos sensível à inflação e permite maior flexibilidade nos preços dos produtos.