Os governadores de seis estados enviaram uma carta ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), nesta terça-feira (29), pedindo para que o Imposto de Importação de kits de veículos em CKD (completamente desmontados) e SKD (semidesmontados) não seja reduzido. A medida, vale lembrar, foi solicitada pela BYD e é alvo de crítica das quatro montadoras mais tradicionais.
No texto, os governadores dizem que a pauta merece "reflexão cuidadosa" e "diálogos aprofundados". Eles também tem por um "desestimulo à industrialização local". A carta é assinada por Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).
A carta foi endereçada a Alckmin porque, além de ser vice-presidente da República, ele é chefe do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio e presidente da Camex (Câmera do Comércio Exterior). Nesta quarta-feira (30), uma reunião na Camex pode viabilizar a redução do imposto.
A BYD, que inaugurou sua fábrica em Camaçari (BA) recentemente, busca reduzir as taxas de 18% a 20% para 5% a 10%. No primeiro ano de atuação no território brasileiro, a BYD diz que vai atuar apenas no processo de montagem desses kits, importando todas as peças e componentes dos carros nacionais.
Com o governo avaliando o pedido, as fabricantes Stellantis, Volkswagen, General Motors e Toyota, as quatro que mais vendem no Brasil, decidiram apelar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em carta, elas disseram que o processo de montagem não será provisório e prejudicará a competitividade do setor.
Em carta, o disse que esse processo de montagem de kits não será provisório e deve ganhar mais adeptos na indústria, prejudicando a competitividade e a geração de empregos direitos e indiretos no setor.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Abipeças (Associação Brasileira da Indústria de Autopeças) e o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) também criticaram a possível redução nas alíquotas.
A BYD, por sua vez, criticou suas rivais por lutarem contra a redução temporária de impostos e pressionou a Anfavea por prever fechamento de fábricas e demissões "diante de qualquer sinal de abertura do mercado ou inovação".
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