O último teste publicado pelo LatinNCAP, órgão especializado em verificar a segurança dos carros vendidos na América Latina, foi decepcionante para o Peugeot 2008, último lançamento da marca francesa. Produzido na Argentina e em Vigo (Espanha), o visual dos modelos sul-americanos e europeus são idênticos, mas a segurança, não.
Em entrevista ao portal argentino Motor1, Alejandro Furas, engenheiro do LatinNCAP, explicou as razões que fizeram do modelo produzido na América do Sul receber avaliação de uma estrela de segurança e o alerta de “estrutura instável”, enquanto o modelo europeu recebeu quatro estrelas.
De acordo com Furas, as principais diferenças entre os 2008 são a ausência dos airbags de cortina de série no modelo sul-americano e poucos itens de assistência ativa de série.
O 2008 europeu traz 6 airbags, frenagem automática de emergência, alerta e correção de saída de faixa, alerta de atenção do condutor, regulador e limitador de velocidade. O modelo sul-americano conta com 4 airbags, limitador e regulador de velocidade e sensor de chuva.
A versão topo de linha oferece seis airbags, detector de fadiga, alerta e correção de saída de faixa, mas o LatinNCAP prioriza adquirir unidades de entrada dos modelos, e só testa as unidades topo de linha (com o máximo de itens de segurança) caso sejam fornecidas pelas fabricante.
Carros menos seguros não são novidade
Quem acompanha os testes de segurança do LatinNCAP e os compara com os modelos avaliados pelo GlobalNCAP, sabe que a diferença de resultados entre um carro produzido na América do Sul e um modelo produzido na Europa não são inéditos.
Segundo o executivo, isso não é novidade e há diversos casos desse tipo (Renault Sandero e Duster, VW Polo, Peugeot 208, Corolla antes de 2019, entre outros).
Stellantis trava “guerra” contra testes de colisão
Os carros da Stellantis apresentam um histórico de notas baixas nos testes de colisão realizados pelo Latin NCAP e Euro NCAP. Na América do Sul, os Citroën C3 e Aircross tiraram zero estrelas, a Fiat conseguiu uma estrela com a Strada e duas com o Pulse.
Na Europa, quando estava sob a administração de Carlos Tavares, a Stellantis se negou a ceder seus carros para avaliação voluntária da instituição e questionava os métodos de avaliação, alegando que seus carros eram seguros e não precisavam de avaliação externa.
Furas espera que sob a direção de Antonio Filosa, novo CEO da Stellantis, o conglomerado volte a ter uma relação saudável com o Global NCAP e passe a ceder seus modelos para avaliação de segurança.
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