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LANÇAMENTO

Hyundai lança novo Kona Hybrid com visual ousado para enfrentar Corolla Cross

SUV intermediário chega no mercado brasileiro em duas versões, mais potente, mais econômico e mais espaçoso que Toyota Corolla Cross

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Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

A Hyundai lançou nesta sexta-feira (23) o novo Kona Hybrid no Brasil. Essa é a segunda geração do SUV, e agora ele chega ao país como o primeiro modelo da marca com a nova identidade visual. Além do visual futurista, o Kona aposta em tecnologia, bom consumo e espaço interno para enfrentar rivais diretos como o Toyota Corolla Cross Hybrid, além de pegar o segmento do GWM Haval H6 e BYD Song Pro. 

O modelo já havia sido confirmado em fevereiro e desembarca em duas versões: Ultimate e Signature, com preços sugeridos de R$ 214.990 e R$ 234.990, respectivamente.

O visual do Kona Hybrid chama atenção por ser bem futurista, e por isso é o primeiro Hyundai nacional a adotar a assinatura visual chamada Seamless Horizon Lighting, uma faixa de LED horizontal. Os faróis em LED principais ficam mais abaixo, embutidos no para-choque, e usam iluminação MFR LED na versão Ultimate e Full LED com projetores na Signature. 

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Nas laterais, destaque para a carroceria com vincos fortes, rodas diamantadas de 18 polegadas e rack de teto funcional. Na traseira, a linha de LED horizontal se repete. 

As cores oferecidas na carroceria são Branco Atlas, Preto Abyss, Cinza Cyber (metálico), Cinza Pérola (perolizado) e o Cinza Ecotronic (um fosco, exclusivo da versão Signature) O interior pode ser preto ou cinza claro, mas o tom claro está disponível apenas na carroceria Cinza Pérola.

O Kona cresceu em relação à geração anterior. São 4,35 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,58 m de altura e 2,66 m de entre-eixos. O entre-eixos é 2 cm maior que o Corolla Cross (2,64 m) — e essa diferença aparece no uso prático. Mesmo com o banco do motorista bem recuado (minha posição de condução), ainda sobraram dois dedos entre o joelho e o banco traseiro. 

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Além de um melhor entre-eixos, esse espaço é aliado aos bancos “Small Seats”, que fazem o assento ter uma estrutura mais fina sem comprometer conforto nem segurança, oferecendo assim mais espaço para os passageiros.

O porta-malas, no entanto, perde para o Toyota. São 407 litros, contra 440 L do Corolla Cross. O tanque também não é tão grande devido a bateria e peso, são 38 litros. O Kona pesa 1.525 kg, e tem a suspensão do tipo McPherson na dianteira e Multilink na traseira, o que o coloca um nível acima de concorrentes com eixo de torção, como o Corolla Cross, por exemplo.

Debaixo do capô, o Kona traz um motor 1.6 Kappa aspirado, ciclo Atkinson, com injeção direta, exclusivo para o sistema híbrido. Nada a ver com o antigo 1.6 do HB20 ou do Creta Action. Ele funciona apenas com gasolina e, junto ao motor elétrico, entrega 141 cv de potência combinada e 27 kgfm de torque.

A bateria de 1,32 kWh, de íons de lítio, fica posicionada na parte traseira do carro, próxima ao tanque. Ela se recarrega sozinha durante as frenagens e desacelerações e trabalha em conjunto com o motor a combustão. O Kona é um híbrido paralelo, ou seja, o motor elétrico consegue mover o carro sozinho em baixas velocidades e também atua junto com o motor a combustão, melhorando o consumo.

Segundo o Inmetro, o consumo é de 18,4 km/l na cidade e 16 km/l na estrada. Na prática, esses números são ser até melhores. O 0 a 100 km/h é feito em 11,2 segundos, com velocidade máxima de 175 km/h no modo Sport.

O câmbio é um automatizado de dupla embreagem a seco, com seis marchas. Há três níveis de regeneração de energia, ajustáveis pelas borboletas atrás do volante (paddle shift). Segurando a borboleta esquerda, o carro entra no modo automático de regeneração e até para completamente em um semáforo, como no modo one pedal de modelos elétricos.

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

A bateria trabalha entre 30% e 80% de carga para preservar sua vida útil. Ela tem 8 anos ou 160 mil km de garantia, enquanto o carro tem 5 anos de cobertura.

O interior do Kona Hybrid traz duas telas flutuantes de 12,3 polegadas, unidas em formato curvo, uma para o painel de instrumentos e outra para a central multimídia, que tem Apple CarPlay e Android Auto sem fio. O console é limpo, já que o seletor de marchas Shift-by-Wire fica ao lado do volante — que possui ajuste de altura e profundidade. O ar-condicionado é digital de duas zonas, e há carregador por indução, além de entradas USB-C para os bancos dianteiros e traseiros.

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

A versão Ultimate tem bancos em couro sintético, banco do motorista com ajustes elétricos (incluindo lombar), iluminação ambiente, volante multifuncional e retrovisores elétricos com rebatimento. Já a versão Signature adiciona teto solar panorâmico, bancos em couro natural, iluminação ambiente configurável, faixa de LED na dianteira do carro com acendimento total e porta-malas com abertura elétrica.

O Kona Hybrid é um dos SUVs compactos/médio mais completos em segurança. De série, ele traz o pacote Hyundai SmartSense, com frenagem autônoma de emergência (com detecção de pedestres e ciclistas), piloto automático adaptativo com Stop & Go, assistente de permanência e centralização em faixa, alerta de ponto cego com intervenção, monitor de tráfego cruzado traseiro, detector de fadiga e leitor de placas de velocidade.

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Além, claro, o SUV oferece controle de tração e estabilidade, freios ABS, com disco de freio nas quatro rodas, seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina), monitoramento de pressão dos pneus farois com acendimento automático, assistente de rampa, retrovisor fotocrômico e sensor de chuva. Na versão Signature, o pacote é ainda mais completo com câmera 360°, alerta de colisão traseira com frenagem automática.

E os rivais?

O Hyundai Kona Hybrid vai disputar mercado com o Toyota Corolla Cross Hybrid (que tem motor 1.8 flex e 122 cv combinados), o GWM Haval H6 HEV (1.5 turbo com 243 cv) e o BYD Song Pro, que aí é um híbrido plug-in (235 cv). O Kona é menos potente que o H6, mas compensa com consumo melhor e mais tecnologia embarcada que o Corolla Cross. 

Porém, no lançamento, que o VRUM teve a oportunidade de participar, foi dito que o segmento do SUV é intermediário, ou seja, entre o compacto/médio, se assim se pode dizer. Por que o Haval H6 é bem maior que o Kona — são 4,68 m de comprimento e 2,73 m de entre-eixos. Por isso dizemos que o Corolla Cross é o concorrente mais direto do Kona Hybrid. 

O VRUM também apurou com a Hyundai que, para este ano, não há previsão de novos lançamentos da marca coreana no Brasil. Vale lembrar que, desde março de 2024, a Hyundai assumiu diretamente a importação e distribuição de seus veículos no país, encerrando o modelo anterior em que a CAOA era a única responsável por essa operação.

Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI
Hyundai Kona Hybrid 1.6 GDI Foto: Divulgação/Hyundai

Com isso, a Hyundai passou a definir a estratégia comercial e os modelos trazidos ao Brasil, enquanto a CAOA continua como parceira, mas agora focada na produção de alguns veículos na fábrica de Anápolis (GO) e com participação financeira nas importações, embora sem mais exclusividade sobre elas.

A Hyundai também unificou sua rede de concessionárias. Agora todas as lojas — sejam as que já trabalhavam com veículos nacionais como o HB20 e o Creta, ou aquelas que vendiam os importados — operam sob uma única estrutura da marca. Hoje, entre os modelos importados oferecidos no Brasil, estão o Palisade (R$ 479.990), lançado em agosto, e o Ioniq 5 (R$ 409.990), que chegou em novembro.

Com essa nova fase, o Kona Hybrid marca o primeiro lançamento de um modelo importado com foco em maior volume, não sendo um carro de nicho como os anteriores. Por ser um SUV de porte intermediário e com um preço mais acessível, a Hyundai quer testar sua aceitação no mercado, mas sem criar grandes expectativas de volume. A ideia é observar como o consumidor brasileiro responde a um modelo global mais ousado e eletrificado.

Os primeiros lotes já estão prontos para venda, mesmo que a Hyundai não tenha comentado quantidades. A depender da demanda, novas unidades serão importadas da Coreia do Sul. A estratégia da marca é oferecer um produto competitivo e de qualidade, mas sem esperar os volumes de venda de modelos como o Corolla Cross, por exemplo.