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sustentabilidade

Para onde vão os pneus depois de velhos?

Pneus que não têm mais utilidade não devem ser descartados de forma indevida, uma vez que são fabricados com componentes poluentes e não degradáveis a curto prazo

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Além de perigoso, é ilegal rodar com pneus fora das especificações de desgaste da banda de rodagem
Além de perigoso, é ilegal rodar com pneus fora das especificações de desgaste da banda de rodagem Foto: Reprodução/ Licença Creative Commons

Você já se perguntou qual destino é dado aos pneus usados depois que são substituídos? Apesar de muitas pessoas não saberem, os pneus têm validade determinada por lei ou norma técnica, que é variável segundo características do produto, como dimensões, composto utilizado, entre outros. Após o período pré determinado, é necessário fazer o descarte dos pneus e realizar a substituição por novas unidades em conformidade com os regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

A média de tempo de rodagem em que as características originais são preservadas é de 5 anos. Apesar disso, pode-se circular com pneus de até 10 anos de fabricação, aproximadamente, pois este é o limite para que haja aderência e resistência necessárias para garantia da segurança.

A legislação também fala acerca das especificações para uso de pneus. Segundo a Resolução 913 de 28/03/2022, do Contran, é proibida “a circulação de veículo automotor equipado com pneu cujo desgaste da banda de rodagem tenha atingido os indicadores, ou cuja profundidade remanescente da banda de rodagem seja inferior a 1,6 mm (um milímetro e sessenta micrômetros)”.

Após o período de validade, o desgaste dos compostos do pneu, além da degradação por agentes externos, faz com que não se torne mais seguro utilizá-los e, portanto, se faz necessário o descarte. Mas, para onde esses aros de borracha desgastados vão?


Descarte indevido

Apesar dos esforços recentes em prol da sustentabilidade, ainda existem formas de descarte inadequadas para compostos que não são biodegradáveis, como os pneus. Sobretudo há alguns anos, quando ainda não existiam políticas ferrenhas para a utilização, produção e descarte de pneus no Brasil, acúmulos eram comuns em aterros, terrenos baldios e até mesmo rios.

Além de maléficos ao meio ambiente por demorarem cerca de 600 anos para se decompor na natureza, podem se tornar focos de doenças, pois acumulam água, propiciando ambiente ideal para reprodução de mosquitos transmissores de doenças. Além disso, contribuem para o entupimento de redes de esgoto e enchentes.

Reciclagem e reuso de pneus

O encaminhamento dos pneus gastos a estações de coleta é o início do processo de reciclagem. Esses pontos são disponibilizados e administrados pelas prefeituras dos municípios, que armazenam essas unidades até que sejam destinadas às fábricas de produção de pó de borracha. Há mais de 740 pontos de coleta em todo o país, que podem ser encontrados no site da instituição especializada Reciclanip.

A etapa seguinte é a destinação correta dos pneus para serem reutilizados em outras finalidades. O mais comum é que sejam destinados a um coprocessamento, em que são usados como combustível em fornos de cimenteiras. Também podem ser triturados e empregados em outras utilidades.

Tal qual os pneus inteiros, o material triturado pode ser encaminhado a cimenteiras, que o utiliza como matéria-prima para asfalto-borracha, o que garante maior vida útil ao pavimento. Há outras possibilidades de reuso, como em produtos de borracha, tais como tapetes de carro, por exemplo. Piso de quadras poliesportivas e até mesmo solas de sapato também podem ser produzidos com borracha de pneus inservíveis.