O mercado de motocicletas elétricas vive um crescimento recorde no Brasil. Segundo dados da Fenabrave, 3.452 unidades foram licenciadas no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro do registrado em 2024, quando foram emplacadas 1.686 motos. O avanço, impulsionado pela chegada de novas marcas, mostra que o segmento está começando a se popularizar, mas também acende um alerta sobre segurança no trânsito.
De acordo com Diogo Figueiredo, gerente de Capacitação e Treinamentos do CEPA Mobility, as motos elétricas exigem uma pilotagem diferente. “O torque imediato facilita arrancadas fortes, e o silêncio em baixas velocidades reduz a percepção de pedestres e motoristas. Isso aumenta o risco de acidentes urbanos”, explica.
Além disso, a frenagem regenerativa altera a sensação de desaceleração e pode surpreender condutores sem experiência. “Quem não tem experiência pode se desequilibrar. É importante treinar frenagens progressivas e antecipar manobras”, orienta o especialista.
O CEPA recomenda que novos usuários realizem treinos de adaptação, com foco em arrancadas suaves, planejamento da autonomia e frenagens em diferentes condições de pista. Figueiredo lembra que, embora dispense troca de óleo, a moto elétrica não é livre de manutenção: pneus, freios e suspensão seguem essenciais, e a bateria requer cuidados na recarga e no armazenamento.
Apesar dos desafios, o setor deve continuar crescendo. Para o especialista, a expansão das motos elétricas representa “uma transformação de cultura no trânsito”, em que educar os condutores será tão importante quanto oferecer veículos sustentáveis e seguros.
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