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COLUNA DO CALMON

Ao completar 25 anos, coluna vê passado e futuro da indústria

Em duas décadas e meia, registramos fatos importantes e acontecimentos históricos na indústria automobilística brasileira

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O Volkswagen Golf IV foi um dos importantes lançamentos da indústria automobilística brasileira em 1999
O Volkswagen Golf IV foi um dos importantes lançamentos da indústria automobilística brasileira em 1999 Foto: Volkswagen/Divulgação

Um quarto de século sem falhar nenhuma semana. Em primeiro de maio de 1999, esta coluna estreou em 11 jornais. Hoje, o número de publicações na internet domina o cenário editorial: 72 sites/blogs e oito impressos. O ano de 1999 marcou referências históricas importantes para a indústria automobilística brasileira. A exemplo do Novo Regime Automotivo (NRA). Criado em 1996, teve seus efeitos benéficos concluídos em 1999.

Desde o início dos anos 1950, já havia fabricantes instalados no Brasil, mas se limitavam a montar conjuntos mecânicos importados. Somente em 1956, a Romi e a Vemag começaram a produzir com baixo conteúdo local, na época chamado de índice de nacionalização e, hoje, índice de localização.

Foi um começo difícil e crises tiveram que ser superadas. O Brasil voltou a autorizar a importação de veículos em 1990 (proibidas desde 1976), mas faltava uma visão de futuro. Houve uma demora até o governo sentir que devia atrair mais fabricantes.

O NRA alcançou seus objetivos: a produção de veículos aumentou de 1,6 milhão, em 1997, para 2,4 milhões, em 2000. As exportações cresceram bastante, de US$ 3,5 bilhões, em 1997, para US$ 8,5 bilhões, em 2000. Instalaram fábricas neste período Honda, Renault, Mitsubishi (Souza Ramos), Toyota, Chrysler, Mercedes-Benz e VW/Audi.

O ano de 1999 foi movimentado por sete lançamentos da indústria automobilística no Brasil: A3, Brava, F250, Astra sedã, Gol III, Parati III e Golf IV.

No exterior, dois fatos marcaram o ano de 1999: Ford comprou a Volvo e Daimler-Benz que havia anunciado uma “fusão de iguais” com a Chrysler no ano anterior, deixou às claras em 1999 que na realidade havia adquirido a marca americana. As culturas das duas empresas eram muito diferentes. O casamento não deu certo e, em 2007, a marca alemã “empurrou” a Chrysler para o desconhecido grupo americano Cerberus.

Aqui o governo federal criou o Inovar-Auto (2013 a 2017), seguido pelo Rota 2030 (2018 a 2023), e agora o Mover, que prevê novas exigências para a indústria automobilística. No exterior, a ascensão da China e seus carros elétricos marcarão o ritmo dos próximos anos, porém, fabricantes de outros países ainda terão tempo para reagir.

Neste mês dos 25 anos da coluna, um fato positivo e outro negativo. Finalmente, tramita em Brasília, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei de Darci de Matos (PSD-SC), que deve pôr fim a um dos maiores absurdos. Multas não incluídas no Renavam na data da transferência deverão ser cobradas do proprietário anterior. Hoje, o novo dono é obrigado a pagar pelo que não cometeu, simplesmente porque o órgão de trânsito atrasou a atualização das multas.

Um ponto negativo da regulamentação da reforma tributária é o enquadramento sugerido dos automóveis no novo imposto seletivo. Já existe obrigação de reduzir emissões ou eliminá-las no futuro, mas o governo federal quer manter automóvel no Brasil como o mais taxado do mundo.

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